Biden tocou em diversas questões sensíveis da política interna como o controle de armas, a reforma policial, a necessidade de pesquisa para a prevenção de doenças, o supremacismo branco como ameaça doméstica e a criação de empregos.
O presidente norte-americano também falou sobre política externa, citando as recentes tensões com a Rússia, a competição com a China e possíveis ações relacionadas ao Irã e à Coreia do Norte. O discurso foi previamente disponibilizado no site da Casa Branca.
Biden deu início ao discurso comemorando o estágio avançado da vacinação contra a COVID-19 no país, que já aplicou mais de 230 milhões de doses de vacinas. O presidente norte-americano afirmou que herdou um país em crise e citou o pacote trilionário de investimentos anunciado para lidar com os impactos econômicos da pandemia no país.
Além disso, Biden pediu aos norte-americanos que comprem produtos nacionais e prometeu ao povo dos EUA mais investimento na criação de empregos. O norte-americano também se comprometeu a ampliar esforços contra o aquecimento global.
Reforma policial e racismo
No discurso, Biden pediu ao Congresso para aprovar já em maio uma reforma policial abordando a questão da brutalidade das forças de segurança com motivação racial.
"Vamos fazer isso no mês que vem, até o primeiro aniversário da morte de George Floyd. O país apoia essa reforma. O Congresso deve agir", disse Biden, citando a morte de Floyd, um homem negro de Minneapolis, morto sob custódia da polícia em maio de 2020. No início deste mês, o ex-policial Derek Chauvin foi considerado culpado pelo assassinato de Floyd.
A reforma policial já foi aprovada na Câmara dos Representantes, mas enfrenta uma batalha difícil no Senado. Biden pediu tanto a democratas quanto republicanos que encontrem um terreno comum para a aprovação da medida.
"Sei que os republicanos têm suas próprias ideias e estão envolvidos em discussões produtivas com os democratas. Precisamos trabalhar juntos para chegar a um consenso", disse.
Supremacismo Branco
Biden classificou o terrorismo do supremacismo branco como a ameaça mais letal aos EUA, conforme a transcrição da Casa Branca.
"Não ignoraremos o que nossas próprias agências de inteligência determinaram - a ameaça terrorista mais letal à pátria hoje é o terrorismo da supremacia branca", disse Biden.
Imigração nos EUA e controle de armas
O presidente Joe Biden também falou ao Congresso norte-americano sobre a aprovação de uma legislação abrangente de reforma na área da imigração.
"Vamos acabar com nossa exaustiva guerra pela imigração", diz a transcrição do discurso de Biden. "No primeiro dia de minha Presidência, mantive meu compromisso e enviei um projeto de lei de imigração abrangente ao Congresso. Se vocês acreditam que precisamos de uma fronteira segura, aprovem. Se vocês acreditam em um caminho para a cidadania, aprovem. Se vocês realmente quiserem resolver o problema, enviei uma lei, agora aprovem", disse Biden.
Biden também pediu aos legisladores que aprovassem verificações obrigatórias de antecedentes para a compra de armas e para que fechem as brechas existentes na legislação norte-americana. Biden lembrou que na década de 1990 o Congresso já havia aprovado essas medidas, mas a lei expirou no início de 2000 e "vimos o derramamento de sangue diário desde então".
China, Irã e Coreia do Norte
O presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou que disse ao presidente chinês, Xi Jinping, que os EUA manterão uma presença militar robusta na região do Indo-Pacífico, assim como com a OTAN na Europa.
"Eu também disse ao presidente Xi que manteremos uma forte presença militar no Indo-Pacífico, assim como fazemos com a OTAN na Europa - não para iniciar o conflito, mas para prevenir o conflito", disse Biden.
O presidente também teceu comentários sobre a Rússia, apontando que não busca confronto com Moscou e que espera cooperação em áreas de interesse mútuo.
Ainda segundo o presidente norte-americano, os EUA estão se consultando de perto com seus aliados para enfrentar as ameaças representadas pelos programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte.
"Sobre os programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte, que representam uma séria ameaça à segurança dos EUA e do mundo, estaremos trabalhando em estreita colaboração com nossos aliados para enfrentar as ameaças representadas por esses dois países por meio da diplomacia e da forte dissuasão", disse.