Na quarta-feira (28), durante um debate no Parlamento Europeu, mais de 30 membros condenaram as sanções impostas por Pequim no mês passado, destinadas a representantes eleitos, embaixadores, acadêmicos e think tanks.
Os legisladores europeus avisaram à China que o acordo de investimento está "congelado" e miraram os funcionários da Comissão Europeia que, segundo os legisladores, priorizaram os laços comerciais com o país asiático, segundo South China Morning Post.
"Se quisermos mostrar de uma vez por todas que a UE não é apenas um supermercado, mas tem princípios [...] devemos chegar a alguma ação concreta, e isso significa que temos de rejeitar o acordo de investimento", disse Emmanuel Maurel, membro do Parlamento Europeu.
No início do debate, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, afirmou que está em "plena solidariedade" com os deputados europeus que estão sob sanções, mas destacou a necessidade de interagir com a China em várias frentes.
A maioria dos partidos no Parlamento Europeu anunciou oficialmente que não apoiará o acordo de investimento enquanto as sanções se mantiverem.
O presidente da Comissão do Comércio Internacional do Parlamento, Bernd Lange, disse que está "perfeitamente claro" que o CAI permaneceria "congelado por muito tempo".
A China e a UE fecharam o acordo de investimento no final de dezembro. O CAI exige a ratificação pelo Parlamento Europeu, um processo que deverá ser iniciado em 2022. O mesmo também precisa ser ratificado pelo Conselho da União Europeia, formado pelos chefes de todos os 27 Estados-membros da comunidade.
Em 22 de março, EUA, União Europeia, Reino Unido e Canadá impuseram sanções contra alguns funcionários chineses devido à situação na província de Xinjiang, acusando o país de violações dos direitos humanos de uigures. Em resposta, a China impôs sanções contra dez funcionários da UE, cinco membros do Parlamento do Reino Unido, um acadêmico, um advogado e quatro entidades britânicas, que serão proibidas de fazerem negócios com o país asiático.