A presença dos EUA no Afeganistão está prestes a acabar depois que o presidente, Joe Biden, informou que todas as tropas norte-americanas serão retiradas do país entre 1º de maio e 11 de setembro. Porém, a Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e demais países), afirma que mesmo com a saída das tropas, a guerra com os Estados Unidos está longe do fim.
"A guerra contra os EUA continuará em todas as outras frentes, a menos que sejam expulsos do resto do mundo islâmico", disse um funcionário da Al-Qaeda em entrevista à CNN.
O grupo declara a vitória de Cabul ao traçarem um paralelo com a retirada da União Soviética do país há três décadas e seu subsequente colapso. Essa linha ecoa a retórica do próprio Osama bin Laden (líder da Al-Qaeda morto em 2011 pelos EUA) que promoveu a ideia de que os soviéticos faliram no Afeganistão.
"Os EUA estão derrotados. A guerra dos Estados Unidos no Afeganistão desempenhou um papel fundamental em atingir a economia norte-americana", disse o funcionário.
Segundo a mídia, a organização também se sente mais forte com a retirada dos norte-americanos e pretende fazer uma parceria com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e demais países) para lutar contra a presença dos EUA em outros lugares do Oriente Médio.
O funcionário da Al-Qaeda teria elogiado o Talibã "por manter viva a luta contra Washington" e disse que "graças aos afegãos, pela proteção dos camaradas de armas, muitas dessas frentes jihadistas operam com sucesso em diferentes partes do mundo islâmico há muito tempo".
A CNN informa que tentou entrar em contato com o Talibã para comentar sobre seu relacionamento com a Al-Qaeda, mas não houve resposta, o que na interpretação da mídia foi um insight significativo sobre o que pode acontecer após a retirada das tropas norte-americanas.
Peter Bergen, especialista em terrorismo e autor de vários livros sobre Osama bin Laden, disse que a resposta da Al-Qaeda foi "genuína" e destacou os laços contínuos entre as duas organizações, observando que "isso confirma o que a ONU tem dito sobre 'o Talibã ter consultado regularmente' a Al-Qaeda durante suas negociações com os EUA, garantindo que eles 'honrariam seus laços históricos' com o grupo terrorista", disse o especialista citado pela mídia.