Em janeiro, o Tribunal de Londres negou a extraditação de Assange para os Estados Unidos, mas também recusou conceder o pagamento de fiança a Assange até que um recurso dos EUA contra o veredito da não extradição fosse ouvido.
"O fato de Julian ainda estar na prisão mina seriamente a capacidade do Reino Unido de se proclamar defensor da liberdade de imprensa em todo o mundo", disse Hrafnsson a repórteres, conforme noticiado pela AFP.
Apoiadores de Assange planejam realizar vigílias neste domingo (2), dia que marca dois anos desde que o australiano foi levado para a prisão de Belmarsh em Londres, e também na segunda-feira (3), Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Jennifer Robinson, membro da equipe jurídica de Assange, disse que as condições do jornalista em Belmarsh eram "muito difíceis" e que ele permanece "muito isolado" – após anos de restrições à sua liberdade.
"Estamos muito preocupados com a continuação de sua detenção e consideramos isso desproporcional", acrescentou a advogada.
Tanto Robinson quanto Hrafnsson pediram ao presidente norte-americano Joe Biden que retirasse as acusações contra Assange e que o governo australiano fizesse mais em nome do cidadão do país.
A prisão de Julian Assange
O australiano de 49 anos está detido na prisão de alta segurança desde que foi condenado em 2019, após sua remoção à força da embaixada do Equador em Londres, onde se abrigou por sete anos.
O jornalista é procurado por Washington para enfrentar 18 acusações relacionadas à publicação de 500 mil arquivos secretos pelo WikiLeaks em 2010. Os documentos detalham, entre outros assuntos, as campanhas militares no Afeganistão e no Iraque.
Os EUA afirmam que Assange ajudou a analista de inteligência Chelsea Manning a roubar os documentos antes de expor as informações confidenciais ao mundo.
Assange enfrenta uma possível sentença de 175 anos se for condenado pelo governo dos EUA. Os defensores do jornalista, no entanto, argumentam que o caso contra ele foi politicamente motivado pelo ex-presidente Donald Trump.