Nesta sexta-feira (30), o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, comentou a declaração dos Estados Unidos de retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão. Patrushev afirmou em entrevista ao jornal Argumenty e Facty que a presença norte-americana no Afeganistão só piorou a situação no território afegão, e Washington vem tentando jogar a culpa do seu fracasso na região em outros intervenientes.
O objetivo principal dos EUA no Afeganistão era a eliminação de terroristas, mas a nação continua no topo da lista dos territórios mais atingidos por ataques terroristas. Quanto à luta antidrogas, desde o início da Operação Liberdade Duradoura de 2001, a produção de heroína aumentou dezenas de vezes no Afeganistão, apontou Patrushev.
Além disso, os norte-americanos não conseguiram cumprir a tarefa de preparo e capacitação dos militares das Forças Armadas afegãs, lançada em 2015 sob a égide da missão de treinamento da OTAN, Apoio Resoluto, adicionou o secretário do Conselho de Segurança russo.
"Sendo assim, os Estados Unidos deixam o Afeganistão e o povo afegão em uma situação muito difícil. Durante a estadia dos norte-americanos a situação apenas piorou no país. No entanto, Washington firmemente tenta colocar a culpa pelos seus fracassos em outros intervenientes", disse Patrushev.
A declaração "mentirosa" norte-americana de que a Rússia teria pagado aos talibãs (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) para assassinar soldados dos EUA sugere que os Estados Unidos querem responsabilizar os outros, segundo Patrushev.
"Naturalmente, mesmo tendo passado quase um ano, não há prova nenhuma e não haverá. E foi uma declaração oficial da inteligência norte-americana", afirmou o secretário do Conselho de Segurança russo sobre as alegações norte-americanas embasadas em prova nenhuma.
Os Estados Unidos tentaram usar o Afeganistão para projetar sua influência política na região, destacou Patrushev. A Rússia e seus aliados durante muitas décadas continuam lidando "com as consequências graves" da política norte-americana no Afeganistão, trabalhando para "estabilizar a situação no país".