Militantes do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) têm defendido bases militares da OTAN de qualquer ataque de grupos islâmicos rivais por mais de um ano, informaram à agência britânica Reuters três fontes ocidentais com conhecimento do acordo.
Segundo eles, o acordo entre o Talibã e os EUA, assinado em fevereiro de 2020 pela então administração do presidente norte-americano Donald Trump, inclui um anexo secreto que prevê que a retirada militar tenha um "anel de proteção Talibã", como foi descrito pelos funcionários anônimos, o que teria sido uma demonstração de boa-fé por parte dos militantes.
Duas dessas fontes afirmaram que Washington aceitou a proposta de defesa de ataques de grupos como o Daesh (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países), enquanto um responsável de segurança ocidental baseado em Cabul, Afeganistão, relatou que o Talibã cumpriu com eficácia sua parte do acordo.
Desde a assinatura do pacto que não ocorreu uma morte em combate de militares norte-americanos e houve apenas ataques isolados às bases dos EUA. Contudo, o Talibã intensificou os ataques às forças governamentais afegãs, com muitas baixas civis, incluindo mais de 100 agentes de segurança afegãos nas últimas duas semanas, depois que o novo presidente norte-americano Joe Biden anunciou um atraso na retirada das tropas dos EUA do Afeganistão.
Segundo o acordo original, a retirada das tropas dos EUA seria completada até sexta-feira (30), mas Joe Biden adiou o processo de retirada para o período entre sábado (1º) e 11 de setembro de 2021, dia do 20º aniversário dos maiores ataques terroristas na história dos EUA, que levaram diretamente a guerras no Afeganistão e no Iraque.