Após um estudo do governo sul-africano ter analisado as regras que regem a caça, o comércio e a manutenção em cativeiro de leões, elefantes, rinocerontes e leopardos, a ministra do Meio Ambiente, Barbara Creecy, disse em uma entrevista coletiva que a "domesticação de leões por meio da criação e manutenção em cativeiro" deve ser suspensa.
"Não queremos reprodução em cativeiro, caça em cativeiro, carinho em cativeiro (com filhotes), ou uso de leões em cativeiro", disse a ministra.
A decisão, embora não tenha sido formulada em lei, colocará o governo em rota de colisão com a indústria multimilionária da criação de leões em cativeiro. Neste sentido, a ministra avisou: "A caça legalmente regulamentada das espécies icônicas no ambiente regulatório continuará a ser permitida", disse ela.
Uma publicação do South China Morning Post relembra que a prática de caçar leões criados em cativeiro é controversa há muito tempo na África do Sul, onde um grande número de animais é confinado em currais com cercas elétricas.
Campanhas para proibir a importação de troféus de leões ganharam força nos últimos anos nos Estados Unidos, Austrália e vários países europeus. O governo sul-africano reconhece que a indústria do turismo é suscetível a percepções negativas.
"A intenção aqui é garantir que aqueles que estão interessados na caça autêntica da vida selvagem" tenham essa experiência, e "não cacem animais que foram tirados da gaiola", disse ela.
A África do Sul tem entre 8.000 e 12.000 leões em cerca de 350 fazendas, onde são criados para caça, turismo e pesquisa acadêmica, de acordo com uma estimativa do estudo citado pela ministra Bárbara Creecy.
O painel também recomendou a eliminação gradual da criação de rinocerontes em cativeiro e um exame do uso futuro dos estoques de chifres de rinoceronte. Lar de cerca de 80% da população mundial destes animais, a África do Sul sofre com caçadores ilegais, ao passo que mantém mais de 300 criadores particulares de rinocerontes.