"Na esfera militar, os EUA definiram o objetivo de alcançar o domínio absoluto e estão apostando na desvalorização do potencial de dissuasão nuclear da Rússia, com o foco na criação de um sistema de defesa antimíssil global. Na mesma linha, os americanos [colocam] o desenvolvimento das suas capacidades espaciais militares e criação de meios convencionais de ataque rápido de alta precisão", disse Zakharova.
A diplomata lembrou que, em 2002, os EUA se retiraram unilateralmente do Tratado sobre Mísseis Antibalísticos (Tratado ABM) e, desde então, Washington "aumentou significativamente o desenvolvimento e iniciou a implantação em larga escala e em diferentes regiões do mundo de meios antimísseis móveis e fixos, agrupados no sistema global de defesa antimíssil dos EUA".
"Sob falsos pretextos, estão sendo implantados sistemas antimísseis terrestres na estreita proximidade das fronteiras russas. Estão sendo ativamente desenvolvidos meios navais que marcam regularmente presença ao largo da costa da Rússia", afirmou Zakharova.
Além disso, ela ressaltou que "os EUA estão implementando planos para desenvolvimento do segmento espacial de seu sistema global de defesa antimíssil que, na prática, preveem a implantação no espaço de meios antimísseis ofensivos". Ao nível da doutrina, os EUA preveem a "possiblidade de realização de ataques 'antecipados' contra as capacidades de mísseis daqueles países que os EUA consideram seus adversários".
Em dezembro passado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, instruiu o Ministério da Defesa a responder imediatamente a uma implantação de mísseis por nações ocidentais perto das fronteiras russas, se necessário.
Putin notou o caráter "incessante" das atividades militares da OTAN, lamentando, em especial, a saída dos EUA de tratados internacionais, o que degradou sistemas globais de controle de armamentos.