Os advogados de Lula sustentam, com base na troca de mensagens entre integrantes da Lava Jato, apreendidas na operação Spoofing, que os indícios sobre irregularidades na compra dos caças foram idealizados pela Lava Jato de Curitiba, dentro de um "plano" que buscava "liquidar" o ex-presidente.
Segundo acusação do Ministério Público Federal (MPF), o petista participou de negociações irregulares para a compra de 36 caças Gripen, fabricados pela empresa sueca Saab. Os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015, escreve a CNN.
Os advogados de Lula afirmam que as mensagens da Spoofing mostram que, "para fabricar a acusação", "os procuradores recorreram à atuação ilegal da Receita Federal" e construíram "articulações com autoridades norte-americanas".
A troca de mensagens da Lava Jato, dizem os advogados, mostra que os procuradores foram colocados em grupos específicos em uma rede social (o Telegram) para tratar do caso dos caças. Eles decidiram levar o caso adiante após uma "revisão" da força-tarefa de Curitiba.
Ainda de acordo com a defesa, foi nesse contexto que, após uma série de testemunhas serem ouvidas (entre as quais a própria ex-presidente Dilma Rousseff), os procuradores viabilizaram o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci.
Segundo os advogados, as mensagens mostram que os procuradores de Brasília "combinaram com a Lava Jato de Curitiba até mesmo o conteúdo do depoimento de Antonio Palocci, que foi ouvido como testemunha do juízo".
"Os procuradores sabiam que Lula e seu filho não praticaram irregularidades quanto à compra dos caças, mas decidiram levar adiante a acusação, com revisão dos procuradores da Lava Jato", diz a defesa.
O processo contra Lula
No processo, o petista Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo a acusação do Ministério Público Federal (MPF), Lula teria participado de negociações irregulares para a compra de 36 caças Gripen da SAAB, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.
A investigação já ouviu testemunhas importantes, como os ex-presidentes franceses François Hollande e Nikolas Sarkozy. No dia 27 de maio, Lula será interrogatório na 10º Vara Federal, em Brasília.