Anteriormente, o canal de televisão afegão Tolo News informou que os EUA e o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) estão discutindo a possibilidade de efetuar a retirada militar do Afeganistão até o início de julho.
Segundo a publicação, se os lados chegarem a acordo neste assunto, o Talibã voltará às negociações, participará da conferência sobre o Afeganistão na Turquia e reduzirá o nível de sua violência.
O especialista militar russo Konstantin Sivkov afirmou, em entrevista à Sputnik: "A retirada de tropas dos EUA do Afeganistão demonstra apenas uma coisa – a derrota militar de Washington neste país. Eles não conseguiram nada lá."
"Claro que, após sua saída, irromperá uma guerra civil entre o Talibã e o grupo pró-americano no poder em Cabul, mas a ausência de influência de uma terceira força poderosa, que esteve lá todos estes anos, dá esperança de que os afegãos resolvam isso entre si e sejam capazes de chegar a algum tipo de consenso", disse o especialista.
Ele notou que, depois da retirada das tropas americanas, a situação pode evoluir segundo vários cenários, no entanto, de acordo com sua opinião, nem os talibãs nem as atuais autoridades em Cabul conseguirão alcançar uma vitória definitiva nessa confrontação, por isso, inevitavelmente eles terão que chegar a um consenso.
"Ou um lado ganhará vantagem sobre o outro nesta guerra ou, mais provavelmente, o Talibã e as atuais elites de Cabul terão que chegar a um acordo, formar algum tipo de novo governo de coalizão e iniciar o longo e difícil processo de reconstrução do país no pós-guerra", disse ele.
Sivkov considera que esta guerra vai durar ao menos mais alguns anos, e ressaltou que, se um terceiro lado influente não interferir na confrontação intra-afegã, como aconteceu nas últimas décadas, o conflito não se prolongará.
Na semana passada, a Casa Branca declarou o início de retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, enfatizando que a saída deve terminar antes de 11 de setembro de 2021.
A saída dos EUA de território afegão, bastante devastado pela guerra, foi incluída no acordo de paz entre Washington e o movimento Talibã em Doha, Qatar, no ano passado. Porém, desde a assinatura do acordo, o Talibã acusou repetidamente Washington de violar as normas do tratado.