Edward Snowden, ex-agente da CIA e da Agência de Segurança Nacional dos EUA, criticou nesta terça-feira (4) a administração Biden por seguir desejando prender Julian Assange, apesar de o secretário de Estado, Antony Blinken, ter assegurado, em meio ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que Washington defende "a liberdade de imprensa" e "a segurança dos jornalistas".
Em resposta à publicação de Blinken, Snowden tweetou em sua conta:
This would be more persuasive if the White House weren't aggressively seeking an 175-year sentence for the publisher of award-winning journalism of global importance—despite pleas from every significant press freedom and human rights organization: https://t.co/6QMuajTS8o https://t.co/Rb7AoQ8Out
— Edward Snowden (@Snowden) May 3, 2021
Seria mais persuasivo se a Casa Branca não estivesse buscando agressivamente uma sentença de 175 anos para o editor de jornalismo premiado de importância global – apesar de apelos de todas as organizações significantes de liberdade de imprensa e de direitos humanos:
No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, os Estados Unidos continuam defendendo a liberdade de imprensa, a segurança de jornalistas em todo o mundo e o acesso à informação on-line e off-line. Uma imprensa livre e independente garante que o público tenha acesso à informação. Conhecimento é poder.
Em fevereiro, o jornal The New York Times escreveu que a administração Biden pretenderia conseguir a extradição de Julian Assange do Reino Unido, seguindo os passos da administração anterior, e que o Departamento de Justiça já apresentou uma carta apelando a um tribunal britânico para que anulasse a sentença que bloqueou a extradição do ativista aos Estados Unidos.
Em 4 de janeiro, a juíza britânica distrital, Vanessa Baraitser, rejeitou a extradição de Assange aos EUA por medo de o fundador do WikiLeaks cometer suicídio devido à sua delicada saúde mental, que seria agravada pelo isolamento a que provavelmente seria submetido em uma prisão norte-americana.
Julian Assange, de 49 anos de idade, é acusado de espionagem e pirataria informática pela publicação, desde 2010, de centenas de milhares de páginas de documentos militares e mensagens diplomáticas sobre as atividades dos EUA nas guerras no Iraque e Afeganistão, que foram difundidas pelo seu portal WikiLeaks. As acusações implicam uma sentença máxima de 175 anos de prisão.
Atualmente, o ativista se encontra encarcerado na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido.