A televisão estatal iraniana Arab News exibiu um vídeo mostrando um suposto ataque de míssil que faz explodir o Capitólio, em Washington, reforçando uma ideologia anti-Estados Unidos. O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), um braço das Forças Armadas iranianas, teria sido o autor do vídeo, que também mostra um grupo de clérigos iranianos avançando em direção a Jerusalém.
O canal relata que a gravação de 11 segundos foi transmitida no domingo (2), antes de um discurso na televisão do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.
No início do vídeo, são vistos membros do IRGC, um lançamento de um míssil e uma montagem de uma explosão na cúpula da sede do Congresso norte-americano. Kasra Aarabi, analista do Tony Blair Institute, postou o vídeo no Twitter e destacou que na música ouvida no vídeo há uma frase em que o Capitólio é descrito como "o palácio da opressão".
Today pre-Khamenei talk,Iran state TV aired this clip depicting an IRGC attack on #Congress
— Kasra Aarabi (کسری اعرابی) (@KasraAarabi) May 2, 2021
Yes, it’s propaganda. But it shows the anti-US ideology of #IRGC,which is rising in power
Should the #US give #Iran billions in sanctions relief before addressing the challenge of IRGC? pic.twitter.com/Yp4z4igwWL
Hoje, antes da palestra de Khamenei, a TV estatal do Irã transmitiu este clipe mostrando um ataque do IRGC ao Congresso [dos EUA]. Sim, é propaganda. Mas mostra a ideologia antiamericana do IRGC, que está ganhando poder. Os EUA devem dar ao Irã bilhões de dólares em alívio das sanções antes de enfrentar o desafio do IRGC?
O senador republicano Pat Toomey retweetou o vídeo e defendeu a manutenção das sanções. "Na semana passada, o diplomata-chefe do Irã supostamente admitiu que o IRGC é quem manda em Teerã. Agora, o Irã lança um vídeo falso do IRGC explodindo nosso Capitólio. A prioridade da administração Biden deve ser garantir que o Irã não possa realizar tal ataque, não capitulando com a remoção das sanções", enfatizou.
O vídeo foi ao ar enquanto as negociações continuam para reativar o acordo nuclear de 2015. O Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) foi assinado em 2015 pelo Irã e pelo Grupo 5 + 1 (Reino Unido, China, França, Rússia, EUA e Alemanha) e estipula o cancelamento de uma série de sanções contra Teerã, que haviam sido impostas para evitar que o país desenvolvesse ou adquirisse armas nucleares.
O pacto limita a 3,67% a pureza com que o Irã pode enriquecer urânio. No entanto, Teerã começou a aumentar a taxa de enriquecimento de urânio além desse limite depois que o ex-presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo em 2018 e voltou a impor sanções ao país.