A operação terminou com 25 mortos, sendo 24 civis e um policial. A polícia disse que as vítimas eram traficantes, mas não revelou suas identidades e os crimes que teriam cometido.
Segundo a política, foram necessários 10 meses de trabalhos para a conclusão da operação. Especialistas em segurança pública e a Defensoria Pública criticaram a ação, considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, devido ao alto número de mortos.
O Ministério Público informou que vai abrir investigação independente sobre os fatos ocorridos no Jacarezinho, e que está apurando "fundamentos e circunstâncias que envolvem a operação e mortes decorrentes da intervenção policial".
O órgão disse que o canal de atendimento do MP recebeu denúncias sobre a ocorrência de "abusos".
Por meio de nota, o governador disse ainda ser "lastimável que um território tão vasto seja dominado por uma facção criminosa que usa armas de guerra".
'Mínimo de inteligência'
A presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal, vereadora Teresa Bergher (Cidadania) afirmou, segundo o jornal O Globo, que é preciso "cobrar da polícia um mínimo de inteligência, para evitar novos banhos de sangue, que não resolvem absolutamente nada".
A operação ocorreu na manhã desta quinta-feira (6) na zona norte do município do Rio de Janeiro. Além dos mortos, cinco pessoas ficaram feridas, duas delas em um vagão do metrô que passava pelo local.
A polícia afirmou que o alvo da operação, batizada de Exceptis, foi uma facção criminosa que atua na favela do Jacarezinho, que seria responsável por homicídios, roubos, sequestros de trens e o aliciamento de crianças para atuarem no tráfico local.
Agentes percorreram diferentes pontos da comunidade com auxílio de blindados, em viaturas e a pé. O delegado Ronaldo Oliveira negou que tenha havido execução. "Para deixar bem claro: quem não reagiu, foi preso. Ou foi preso ou fugiu", afirmou ele, segundo o portal G1.
Moradores, no entanto, relatam que a ação da polícia ficou extremamente violenta após a morte do agente.
Determinação do STF
A Polícia Civil afirmou ainda que a realização da operação foi comunicada ao Ministério Público. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal determinou que as ações em comunidades no Rio de Janeiro, para ocorrer, precisam ser comunicadas ao órgão para receber autorização.
A decisão permite ações apenas em "hipóteses absolutamente excepcionais". A polícia e autoridades do governo estadual argumentam que o decreto prejudica o combate ao crime. O delegado Rodrigo Oliveira afirmou que "a falta de operação dá um péssimo resultado".
O argumento para a suspensão das operações são os relatos de abusos da polícia e os constantes casos de mortes de inocentes.