Nesta segunda-feira (10), durante discurso que marca seu quarto ano na presidência da Coreia do Sul, o presidente Moon Jae-in declarou que vê seu último ano no cargo como a chance de alcançar paz duradoura com a Coreia do Norte, segundo a Reuters.
"Eu considerarei o ano restante do meu mandato a última oportunidade de mudar de uma paz incompleta para uma que é irreversível […]. Se houver uma oportunidade de reiniciar o relógio da paz e avançar o processo pacífico na península coreana, farei tudo que puder", disse Moon citado pela mídia.
O presidente também afirmou que essa é a hora certa para voltar às negociações paralisadas sobre os programas de mísseis e nuclear de Pyongyang, e que não acha que o Norte está rejeitando o diálogo, mas sim esperando uma avaliação mais aprofundada da política dos EUA.
"Agora, o tempo para longas deliberações também está chegando ao fim. É hora de agir […]. Estou ansioso para que a Coreia do Norte responda positivamente", declarou o presidente sul-coreano.
Os comentários de Moon acontecem antes de sua primeira cúpula com o presidente norte-americano, Joe Biden, em Washington, no dia 21 de maio. O líder sul-coreano deve pressionar os EUA a buscarem um compromisso com a Coreia do Norte, embora Biden tenha mostrado pouco interesse em fazer de Pyongyang uma prioridade, segundo a mídia.
O governo norte-americano diz que não houve abertura para diálogo por parte do governo norte-corenano, e recentemente, concluiu uma revisão de política que pedia uma abordagem "prática" do uso da diplomacia para encontrar meios viáveis para comunicação. Moon disse que acolheu a conclusão da revisão política dos EUA e que demonstrou uma "visão de que o atual impasse no diálogo não é desejável".
Na última sexta-feira (7), a Coreia do Norte advertiu seus cidadãos sobre um possível "vírus malicioso" que poderia estar chegando ao país através de folhetos lançados pela Coreia do Sul, os quais Seul já havia proibido o envio em março desse ano, por achar que a prática ajudava no esfriamento das relações entre os dois países.
Moon fez do engajamento com a Coreia do Norte um projeto de assinatura e pareceu progredir em 2018, em meio a encontros com o líder Kim Jong-un, mas quando o presidente sul-coreano entra em seu último ano no cargo, Pyongyang parece demonstrar pouco interesse em conversar.