Nesta terça-feira (11), Taiwan criticou a China por contar "mentiras descaradas" sobre "tomar medidas necessárias para o bem-estar da população taiwanesa" em meio a uma disputa crescente por um assento de Taipé na OMS, que, para a ilha, Pequim a impede de conseguir, segundo a Reuters.
O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, disse que Pequim estava mentindo e tentando enganar a comunidade internacional.
"Mentiras descaradas! Só servem para mostrar que o PCC [Partido Comunista Chinês] não pode dizer a verdade. Depois do que Pequim fez a Xinjiang, Tibete e Hong Kong, nenhuma pessoa sã acreditaria que [a China] poderia cuidar das necessidades de saúde de Taiwan ou não. Graças a Deus não estamos sob o controle da China! Por favor, ajude-nos a mantê-la a distância", disse o ministro citado pela mídia.
Na sexta-feira (7) os Estados Unidos e países do G7 pediram que Taiwan participasse da Assembleia Mundial da Saúde da OMS, que acontecerá a partir de 24 de maio.
Porém, através de um comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores, Pequim disse que Taipé precisa aceitar que faz parte da China se quisesse ter acesso a órgãos globais, e que "arranjos apropriados" foram feitos para a participação da ilha em questões globais de saúde. O governo chinês também afirmou que "toma todas as medidas necessárias para garantir a saúde e o bem-estar dos compatriotas de Taiwan".
Em resposta, Joseph Wu declarou que "apenas o governo democraticamente eleito de Taiwan pode representar seu povo na OMS e em outros órgãos, não a China", segundo a mídia.
Taipé está excluída da maioria das organizações globais devido às objeções da China, que considera a ilha uma de suas províncias e não um país independente.
De acordo com o principal oficial jurídico da OMS, Steve Solomon, embora a OMS coopere com os especialistas técnicos de Taiwan em COVID-19, cabe aos Estados-membros convidar Taiwan para assembleia. Porém, tal convite precisaria de um voto, e a China pode facilmente encurralar países suficientes para bloqueá-lo, de acordo com diplomatas.