Murillo foi convocado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito como testemunha. Segundo ele, além de Carlos Bolsonaro, o assessor especial da presidência Filipe Martins também esteve no encontro.
Este é o sexto dia de depoimentos da CPI do Senado que apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da COVID-19, escreve o portal G1.
"Sobre as reuniões, me foi solicitado procurar informações sobre a reunião que nossa diretora jurídica teve com o senhor Fabio Wajngarten no dia 7 de dezembro. Então, se me permitir, posso relatar o que ela oficialmente enviou para mim", disse Carlos Murillo.
"Após aproximadamente uma hora de reunião, Fabio [Wajngarten] recebeu uma ligação, sai da sala e retorna para reunião. Minutos depois entram na sala de reunião Filipe Garcia Martins e Carlos Bolsonaro. Fabio explicou a Filipe Garcia Martins e a Carlos Bolsonaro os esclarecimentos prestados pela Pfizer até então na reunião. Carlos ficou brevemente na reunião e saiu da sala. Filipe Garcia Martins ainda permaneceu na reunião", contou Murillo à CPI.
A CPI investiga se houve um "assessoramento paralelo" ao governo federal, conforme apontou o depoimento do ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta, na definição do enfrentamento à pandemia.
A hipótese levantada pela CPI sustenta que o presidente Jair Bolsonaro ignorou conselhos do Ministério da Saúde, tendo sido assessorado por uma equipe "clandestina", supostamente defensora de medicamentos ineficazes contra o coronavírus e a favor de uma abertura econômica completa, apesar das infecções no país.
Curiosamente, Murillo disse que não poderia confirmar a participação dos dois (Carlos e Filipe) nas reuniões. O relator, então, ameaçou convocar outras duas representantes da Pfizer para prestar esclarecimentos. Passado um breve recesso, o gerente-geral da farmacêutica voltou atrás, e confirmou a presença de Carlos Bolsonaro e Filipe Martins.