Organizações de direitos humanos na Colômbia denunciaram na quinta-feira (13) ante o Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, Países Baixos, o presidente da Colômbia, Iván Duque, o acusando de crimes contra a humanidade cometidos durante a repressão violenta dos protestos em massa ocorridos desde 28 de abril.
Denunciamos hoy ante la Corte Penal Internacional al presidente de la República, el ministro de Defensa, el exsenador Uribe, los generales Zapateiro y Vargas, por la presunta ejecución de crímenes de lesa humanidad contra participantes en las movilizaciones: pic.twitter.com/uAKOx5Nemg
— Iván Cepeda Castro (@IvanCepedaCast) May 13, 2021
Denunciamos hoje [13], ante o Tribunal Penal Internacional, o presidente da República, o ministro da Defesa, o ex-senador Uribe, os generais Zapateiro e Vargas, pela presumível perpetração de crimes contra a humanidade contra os participantes das mobilizações.
O senador Iván Cepeda Castro disse que a acusação abarca vários tipos de "violações de direitos humanos", e que também foi enviada a António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
"Esta queixa documenta 1.595 fatos, nos quais existem graves violações dos direitos humanos, tais como assassinatos, tentativas de assassinato, tortura, violações sexuais e detenções arbitrárias", explicou ele sobre o documento, que referiu ter mais de 100 páginas, e foi assinado por representantes de organizações que acompanham a tensão social que continua afligindo o país.
Entre elas estão a Campanha Defender a Liberdade, uma Questão de Todos, a ONG Temblores, o Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados da Coordenação Colômbia-Europa-Estados Unidos, e o Comitê de Solidariedade com os Prisioneiros Políticos.
Como exemplos de violações de direitos humanos, o legislador apontou os abusos da polícia durante os protestos, com o uso de armas de fogo de curto e longo alcance contra manifestantes e civis, uso indiscriminado de gás lacrimogêneo mesmo fora de manifestações, suspensão de eletricidade e Internet para ocultar crimes das forças de segurança, estigmatização dos protestos na mídia e nas redes sociais, e ataques a jornalistas e organizações de direitos humanos.
No entanto, Iván Castro lamentou o silêncio do presidente da Colômbia perante estes acontecimentos.
"Zero mensagens de repúdio público em relação aos crimes cometidos pela polícia, ao invés disso, parabéns às forças de segurança pelos resultados obtidos."