O núcleo da Terra capturou gases do vento solar há 4,5 bilhões de anos, defendem cientistas alemães.
Uma equipe de astrônomos liderada por Manfred Vogt, da Universidade de Heidelberg, Alemanha, estudou o asteroide Condado de Washington, encontrado em 1927 no condado cognome do estado de Colorado, EUA, e publicou os resultados da pesquisa na revista Communications Earth and Environment.
Os astrônomos usaram a espectrometria de massa de gás nobre, descobrindo que algumas das proporções isotópicas de néon e hélio encontradas no corpo celeste têm propriedades mais em comum com o vento solar do que uma origem cosmogênica.
Com o conhecimento do núcleo da Terra, os cientistas creem que partículas semelhantes do vento solar tivessem sido capturadas pelo núcleo terrestre em formação, e dissolvidas no metal líquido.
"As medições tiveram que ser extraordinariamente exatas e precisas para diferenciar as assinaturas solares dos gases nobres cosmogênicos dominantes e a contaminação atmosférica", explicou Vogt em um comunicado da Universidade de Heidelberg.
Os isótopos solares de néon e hélio também podem ser encontrados na rocha ígnea das ilhas oceânicas. Os pesquisadores confirmaram assim a teoria proposta ainda nos anos 60.
Esta descoberta poderá ser útil para entender a formação de nosso planeta, devido à teoria de que os meteoritos são fragmentos de núcleos de planetesimais, formados por nuvens de poeira e gás que colidem e se juntam para eventualmente formar um planeta, apontam os pesquisadores. O Condado de Washington, como meteorito de ferro, é assim interpretado como sendo o núcleo de um planeta cuja formação fracassou.