'Perderam sua bússola moral': Estados muçulmanos condenam quem normalizou relações com Israel

© REUTERS / Zvika Biran / Redes sociaisPedestrians and first responders gather at the site hit by a rocket fired from Gaza, in Ramat Gan, Tel Aviv District, Israel May 15, 2021 in this image obtained from social media.
Pedestrians and first responders gather at the site hit by a rocket fired from Gaza, in Ramat Gan, Tel Aviv District, Israel May 15, 2021 in this image obtained from social media. - Sputnik Brasil, 1920, 17.05.2021
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Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos foram em 2020 participantes da normalização de relações diplomáticas com Israel, organizada pelo então presidente norte-americano Donald Trump.

Durante uma cúpula emergencial da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) no domingo (16), os 57 países-membros de maioria muçulmana condenaram severamente os ataques de Israel a Gaza e à mesquita Al-Aqsa em Jerusalém, mas também criticaram vários de seus próprios membros que assinaram acordos de normalização controversos com Israel no ano passado.

Em uma declaração conjunta após a cúpula, a OCI disse que "condena nos termos mais fortes os bárbaros ataques lançados por Israel, a autoridade ocupante, contra o povo palestino e suas terras e seus locais sagrados".

O grupo exortou Tel Aviv a pôr "um fim a todas as violações que Israel, a autoridade ocupante, vem praticando, inclusive o desrespeito aos locais sagrados", observando que "responsabiliza totalmente Israel, a autoridade ocupante, pela deterioração da situação causada por seus crimes sistemáticos contra o povo palestino [...] em particular, o extenso ataque militar bárbaro à Faixa de Gaza sitiada".

A OCI instou ainda o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) a "agir rapidamente" para pôr fim aos ataques israelenses, algo pedido no domingo (16) por um dos seus membros, a China.

"O massacre de crianças palestinas hoje segue a suposta normalização. Este regime criminoso e genocida provou mais uma vez que os gestos amistosos só agravam suas atrocidades", comentou Mohammad Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores do Irã, citado no domingo (16) pela agência norte-americana Associated Press.

"Não se engane: Israel só entende a linguagem da resistência e o povo da Palestina tem pleno direito de se defender", acrescentou.

Já Mevlut Cavusoglu, chanceler da Turquia, disse que os países que assinaram acordos de paz com Tel Aviv em 2020 "perderam sua bússola moral", acrescentando que "se há declarações sem convicção dentro de nossa própria família, como poderíamos criticar os outros? Quem vai levar nossas palavras a sério?".

Em 2020, a administração norte-americana de Donald Trump conseguiu levar quatro países islâmicos – Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos – a reconhecer o Estado de Israel, em um acordo de paz que prometia deter a anexação israelense de partes da Cisjordânia.

Novo conflito israelo-palestino

A causa direta do reatar da violência em Israel foi uma decisão da Corte Suprema de Israel em 6 de maio, que ditou o despejo de quatro famílias palestinas do bairro Sheikh Jarrah, e levou a confrontos entre policiais israelenses e civis palestinos, bem como a invasão da mesquita Al-Aqsa pela polícia de Israel.

Apesar do adiamento de 30 dias da decisão judicial, os movimentos palestinos Hamas e a Jihad Islâmica lançaram na última segunda-feira (10) da Faixa de Gaza foguetes contra Israel. As forças de Israel responderam com ataques aéreos e de artilharia contra a região e os grupos palestinos.

Até a noite de domingo (16), 193 pessoas foram mortas em Gaza por bombardeios israelenses, 55 das quais eram crianças, e mais de 10.000 pessoas foram desalojadas. Outras 11 pessoas foram mortas na Cisjordânia, enquanto em Israel, dez pessoas foram mortas, das quais duas eram crianças.

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