O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou na segunda-feira (17) a Áustria após decisão do MRE austríaco de içar a bandeira israelense sobre sua sede em solidariedade a Israel, em meio à escalada de tensões entre israelenses e palestinos.
"Amaldiçoo o governo austríaco [...]. Parece que a Áustria está tentando obrigar que os muçulmanos paguem pelo genocídio de judeus cometido por ela", segundo as palavras de Erdogan, citadas por veículos de imprensa austríacos.
Áustria não demorou para retrucar. De acordo com texto completo da declaração do ministro das Relações Exteriores austríaco, Alexander Schallenberg, obtido pela Sputnik, ao se permitir tais declarações contra os governos, incluindo o da Áustria, que, perante o terror se posicionam a favor de Israel, os políticos turcos mais uma vez demonstram "seu mau entendimento em direito".
"Em vez de jogar lenha na fogueira, a Turquia é convocada urgentemente para contribuir com o processo de desescalada", adicionou o diplomata.
"Não dá para resolver o conflito no Oriente Médio espumando pela boca. O Hamas é uma organização terrorista. Nós não devemos deixar que eles nos imponham a lei da ação", declarou.
Conforme informação do Ministério das Relações Exteriores austríaco, após a fala do presidente da Turquia, o embaixador turco foi convocado à chancelaria austríaca nesta terça-feira (18), "para que o posicionamento austríaco seja perfeitamente esclarecido a ele".
Segundo o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, a bandeira israelense foi hasteada sobre sua sede em solidariedade a Israel, já que "os ataques terroristas a Israel merecem uma condenação mais decisiva". Seguindo o gabinete do chanceler, o Ministério das Relações Exteriores da Áustria também hasteou a bandeira de Israel, declarando apoio à segurança israelense.
O hasteamento fez com que o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, cancelasse sua visita planejada a Viena a fim de se encontrar com seu homólogo austríaco e discutir as negociações sobre o acordo nuclear. No entanto, o MRE iraniano assegurou, após o cancelamento da visita de seu chanceler, que as relações bilaterais entre Áustria e Irã não vão mudar.