Além disso, o diplomata admitiu que o Itamaraty atuou para tentar importar insumos da cloroquina para o Brasil. O uso do medicamento, sem eficácia comprovada contra o coronavírus, é estimulado pelo presidente Jair Bolsonaro para tratamento precoce da COVID-19.
A CPI apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia.
"Em função de um pedido do Ministério da Saúde foi que nós procuramos ajudar a viabilizar uma importação de insumos para farmacêuticas brasileiras produzirem hidroxicloroquina", contou Ernesto.
Segundo o ex-ministro das Relações Exteriores, a compra chegou a ser acertada, mas a Índia bloqueou a transação.
"Já estava contratado, mas a Índia, justamente como havia uma procura mundial, não se sabia se a cloroquina teria uma procura ainda maior, havia bloqueado exportações", afirmou.
'Nenhuma declaração anti-chinesa'
Ao longo de seu depoimento, Araújo argumentou que sua atuação à frente do Itamaraty não contribuiu para a dificuldade do Brasil em obter vacinas e insumos para a produção dos imunizantes. Por outro lado, admitiu que houve queixas contra o comportamento da embaixada chinesa no Brasil.
"Eu não entendo nenhuma declaração que eu tenha feito em nenhum momento como anti-chinesa. Houve determinados momentos, como se sabe, por notas oficiais, do Itamaraty, eu, por minha decisão, nos queixamos dos comportamentos da embaixada ou do embaixador da China em Brasília, mas não houve nenhuma declaração que se possa chamar de anti-chinesa. Então não há nenhum impacto de algo que não existiu", disse o ex-chanceler.