O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, proibiu seu gabinete de falar em público sobre o disputado mar do Sul da China, depois que ministros importantes do governo travaram uma guerra de palavras com Pequim, relata a agência AFP.
"Esta é minha ordem agora para o gabinete [...] para se abster [de] discutir esta [questão do] mar Ocidental das Filipinas [termo usado pelas Filipinas para se referir ao mar do Sul da China] com [...] qualquer pessoa", disse Duterte em um discurso gravado na noite de segunda-feira (17).
O presidente filipino acrescentou aos membros do gabinete que "se precisamos conversar, falamos apenas entre nós". O porta-voz presidencial, Harry Roque, foi autorizado a abordar a questão em público, acrescentou Duterte.
China 'feia e imbecil'
As tensões entre Manila e Pequim sobre a hidrovia, que fica ao sul da China continental e na qual Pequim reivindica várias pequenas ilhas, atingiram um novo pico em março, depois que centenas de barcos chineses foram avistados dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) das Filipinas no mar do Sul da China.
Embora Duterte tenha relutado em confrontar a China sobre o assunto, os secretários das Relações Exteriores e da Defesa das Filipinas criticaram repetidamente Pequim por sua recusa em retirar os navios das águas disputadas.
No início de maio, Teodoro Locsin, secretário de Relações Exteriores filipino, chamou a China de "feia imbecil" no Twitter e pediu para Pequim "dar o fora" das águas territoriais filipinas. A publicação foi deletada logo em seguida e Locsin mais tarde se desculpou com seu homólogo chinês.
Por sua vez, o secretário de Defesa filipino, Delfin Lorenzana, descreveu a presença de barcos chineses na região como uma "incursão".