Araújo começou seu depoimento com um resumo de sua gestão, destacando a "qualidade das relações" no período com China e Reino Unido.
Perguntado pelo relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), se o governo definiu uma política internacional para lidar com as questões da pandemia, o depoente afirmou que as orientações surgiram em diferentes momentos e que o Itamaraty as recebeu do Ministério da Saúde, mas que não tinha conhecimento de um plano único para enfrentamento da pandemia.
Em relação a vacinas, Renan foi direto ao perguntar o que o Itamaraty fez concretamente para obter mais vacinas para o país.
"Desde o começo, ainda em janeiro [de 2020], instruímos vários postos no exterior para que prospectassem pesquisas sobre medicamentos e vacinas. Tivemos tratativas com Índia, China e Reino Unido. E também com os EUA", declarou Araújo.
O ex-ministro também disse que jamais promoveu "atritos com a China, seja antes, seja durante a pandemia".
"Não era uma política de alinhamento automático com os EUA, nem uma política de enfrentamento com a China", declarou.
Caso cloroquina
Perguntado por Calheiros se ele tinha em troca de telegramas com o embaixador na Índia — em defesa da economia e contra o isolamento — dado apoio à busca de cloroquina no mercado, Araújo confirmou as mensagens.
"Naquele momento, em março [de 2020], havia expectativa de que haveria eficácia da cloroquina para tratamento. Houve corrida pelos insumos. Lembrando que a hidroxicloroquina é usada para doenças crônicas e seu estoque havia baixado. Isso independente da eficácia para a Covid", declarou o ex-chanceler.
Araújo esteve à frente do Itamaraty entre janeiro de 2019 e março de 2021.