Enquanto as autoridades de Chernobyl supostamente esperavam que a instalação da nova cúpula de segurança em 2016 fosse ajudar a frear os problemas relacionados a materiais que contêm combustível nuclear, verificou-se que algumas áreas registraram um número crescente de nêutrons.
Segundo explica Anatoly Doroshenko, pesquisador do Instituto para Problemas de Segurança de Usinas Nucleares (ISPNPP, na sigla em inglês), em Kiev os sensores detectaram um número crescente de nêutrons – um sinal de fissão vindo de um compartimento inacessível na instalação.
Porém, Maksim Saveliev, do mesmo instituto, apontou que a quantidade de nêutrons está aumentando lentamente, o que daria alguns anos para os pesquisadores descobrirem como lidar com este problema.
"Existem muitas incertezas, mas não podemos descartar a possibilidade de um acidente", disse Saveliev.
De acordo com o portal Science magazine, cientistas estão tentando determinar se essas reações vão parar por si só ou se é caso de intervenção.
Aparentemente, a fonte do problema corresponde aos chamados materiais que contêm combustível nuclear (FCM, na sigla em inglês) – o produto dos restos de fusão do núcleo do reator da unidade quatro que está fundindo com a areia que foi despejada no reator após o desastre para extinguir o fogo, fazendo com que essa massa resultante fluísse para compartimentos situados no porão da usina.
Há muito tempo a Ucrânia planeja cuidar da área e armazenar a estrutura em um repositório geológico, mas nada ainda foi feito.
Em setembro deste ano, com ajuda do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, Kiev pretende ter um plano abrangente para fazê-lo. Mas com a ameaça constante dentro da usina, pode ser mais difícil do que nunca enterrar os restos ativos do reator.