Em sua fala inicial, Pazuello disse que está agradecido à CPI pela oportunidade de "esclarecer a verdade" sobre a pandemia. Ele também prestou solidariedade às vítimas da COVID-19. O ex-ministro afirmou, logo na abertura, que "quem está sentado aqui hoje é um homem comum".
Ao longo do dia, Pazuello será questionado sobre colapso no Amazonas, o atraso de vacinas, o suposto Ministério da Saúde clandestino do governo federal, e a distribuição de cloroquina. O general esteve à frente da pasta de Saúde entre maio de 2020 e março de 2021, e foi citado por várias testemunhas na CPI.
O ex-ministro obteve no STF o direito de ficar calado para não se autoincriminar, mas é obrigado a falar a verdade sobre terceiros, inclusive sobre Jair Bolsonaro. Pazuello também deve ser questionado sobre indícios de fraude em contrato para reforma na sede do Ministério da Saúde.
Pazuello, o ministro da pandemia
Ao começar sua fala, o ex-ministro citou as "quatro ondas da COVID-19" que o Brasil enfrentou, dando a entender que o país já enfrentava sérios problemas quando ele assumiu o ministério.
Sob a gestão do general, o Ministério da Saúde protagonizou uma série de trapalhadas. Entre atrasos nas negociações de vacinas, propagação do chamado "kit covid" e a crise do oxigênio no Amazonas, sua gestão também foi marcada por uma relação de devoção e obediência ao presidente, chegando a afirmar que "um manda e o outro obedece".
Apenas em dezembro de 2020 o ministério divulgou o Plano Nacional de Vacinação, depois de pressionado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O plano também foi criticado pela falta de clareza e ausência de um cronograma com datas específicas.
A campanha de vacinação começou no Brasil em 18 de fevereiro com uma promessa de que fossem distribuídas 16,9 milhões de doses iniciais. O número, no entanto, caiu para 3,8 milhões. As informações foram confirmadas pelo portal Congresso em Foco.
Testemunha ou réu?
Pazuello está sob investigação da Polícia Federal e é acusado de omissão durante o colapso na saúde do Amazonas. O general informou que o problema com o oxigênio foi causado por falhas na rede de gás da região. O Ministério da Saúde destinou 80 cilindros de oxigênio para a cidade.
O ex-ministro também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) do Amazonas por improbidade administrativa. Segundo o órgão, uma série de ações e omissões ilícitas, além da lentidão de resposta da pasta, contribuíram para o colapso da pandemia no estado.