Muitos questionam o que estará por trás das iniciativas diplomáticas de Riad e se, eventualmente, as mesmas poderiam ajudar a Síria a se retirar do isolamento regional que já dura mais de uma década.
Enquanto o mundo se encontra focado na escalada de tensões na Faixa de Gaza, dois rivais de longa data do Oriente Médio estão seguindo com sucesso rumo a um entendimento. Na semana passada, o Irã confirmou ter participado de conversações com a Arábia Saudita em Bagdá, no Iraque. Porém, antes disso, foi reportado que, em 3 de maio, uma delegação saudita, comandada pelo chefe da inteligência do reino, Khalid al-Humaidan, teria se encontrado com o presidente da Síria, Bashar Assad, em Damasco.
A existência de um entendimento entre Arábia Saudita e Síria, por sua vez, é algo que já tem sido ponderado nos últimos anos. Vale destacar que, em janeiro deste ano, Moscou mostrou estar de acordo com Riad no que toca à importância do regresso da Síria à Liga Árabe "o mais rápido possível".

Segundo Ghassan Kadi, especialista em Oriente Médio, a readmissão de Damasco à Liga Árabe seria praticamente garantida se um entendimento sírio-saudita se concretizar, bem como a reabertura da embaixada da Arábia Saudita na Síria. Além disso, um entendimento com Riad também contribuiria positivamente para a reconciliação da Síria com outras nações árabes.
Contudo, Kadi adverte que "a menos que sauditas e catarianos estejam unidos nessa frente [em prol do entendimento com Síria], a maneira como outros países árabes decidirão lidar com a Síria vai depender da base de apoio financeiro [de sauditas e catarianos]", informou à Sputnik.
Porém, o especialista acrescenta que as negociações em torno deste assunto, em parte, poderiam servir como suplemento para as conversações entre a Arábia Saudita e o Irã. De igual modo, Ghassan Kadi acredita que se sauditas e iranianos podem ajudar a encontrar um fim ao conflito de seis anos no Iêmen, poderiam também colocar suas diferenças à parte e juntos buscarem soluções para o conflito na Síria.