A Câmara dos Representantes dos EUA votou na quarta-feira (19) a favor da criação de uma comissão independente para investigar o ataque ao Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro, que deixou cinco mortos, incluindo um policial.
A comissão aprovada na Câmara teve 252 votos a favor e 175 contra e agora vai para o Senado, onde seu futuro é incerto, uma vez que no Senado há o mesmo número de democratas e republicanos. O Senado é controlado pelos democratas apenas porque a vice-presidente Kamala Harris pode dar votos de desempate. São necessários pelo menos 60 votos para que um projeto tenha luz verde.
O líder republicano do Senado, Mitch McConnell, afirmou na quarta-feira (19) que não vai apoiar o projeto da Câmara, chamando-o de "proposta tendenciosa e desequilibrada dos democratas da Câmara", acrescentando que as investigações existentes no Congresso são suficientes.
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"Não haverá falta de investigações robustas", concluiu McConnell, que em janeiro disse que a multidão que atacou o Capitólio foi "alimentada com mentiras" e "provocada" pelo ex-presidente Donald Trump, reporta a agência Reuters.
Invasão do Congresso dos EUA
Em 6 de janeiro, apoiadores de Trump, entre eles muitos adeptos do QAnon, um movimento e uma teoria da conspiração que alegava que Trump lutava contra um grupo liberal global de pedófilos satanistas, invadiram o Congresso dos EUA para protestar contra a certificação dos votos no democrata Joe Biden, que venceu o pleito de 3 de novembro de 2020, no Colégio Eleitoral.
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Trump pediu na terça-feira (18) que os republicanos votassem contra a proposta, chamando-a de "armadilha" inspirada pela "esquerda radical".
Repercutindo a aprovação do projeto na Câmara, o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, afirmou que agendará um debate sobre a legislação. Schumer acusou os líderes republicanos de "ceder a Donald Trump e provar que o Partido Republicano ainda está bêbado da Grande Mentira" de que a eleição presidencial dos EUA de 2020 foi roubada de Trump por meio de fraude eleitoral em massa.