O Ministério das Relações Exteriores da China manifestou sua preocupação sobre o que chama de trabalho forçado nos EUA, devido a recentes publicações sobre a contratação de centenas de trabalhadores indianos para construir um templo hindu, em Nova Jersey, com um salário de US$ 1,20 (R$ 6,3) por hora e uma jornada semanal de 87 horas, valor irrisório se comparado com o salário mínimo estipulado nas leis federais e estaduais (US$ 7,25 por hora).
Na quarta-feira (19), o porta-voz do governo chinês, Zhao Lijian, manifestou "fortes preocupações" de Pequim quanto à situação.
"Instamos aos EUA a tomarem medidas efetivas para garantir os direitos legítimos de seus trabalhadores em conformidade com as convenções internacionais trabalhistas", declarou, ressaltando que os EUA ratificaram apenas 14 destes convênios, e apenas dois dos oito convênios fundamentais.
O porta-voz ainda afirmou que o país norte-americano é o típico exemplo negativo em relação ao trabalho forçado.
"Os Estados Unidos têm um histórico de tráfico, abuso e discriminação contra os escravos negros. Segundo as estatísticas, o valor do trabalho dos escravos negros explorados pelos proprietários norte-americanos é hoje equivalente a US$ 14 bilhões [R$ 74 bilhões]", disse ele.
"Até hoje, o legado do trabalho forçado continua enraizado nos EUA, mudando apenas as vítimas, dos escravos para os imigrantes", manifestou.
A denúncia sobre o trabalho forçado alega fortes violações das leis trabalhistas básicas e de imigração do país, incluindo a proibição do trabalho forçado, já que os trabalhadores são obrigados a trabalhar longas jornadas por um salário muito baixo.