De acordo com ele, o presidente Jair Bolsonaro estava presente na reunião interministerial em que foi negado socorro ao estado do Amazonas por parte do governo federal.
Pazuello relatou que a situação do Amazonas foi apresentada aos ministros pelo governador Wilson Lima (PSC), mas esquivou-se da responsabilidade. "Essa decisão não era minha", observou, segundo informações do portal Congresso em Foco.
"Foi levado [o pedido de intervenção] à reunião de ministros com o presidente. E o governador, presente, se explicou, apresentou suas observações. E foi decidido pela não-intervenção. Foi dessa forma que aconteceu", disse Pazuello.
O depoimento do ex-ministro começou na manhã da terça-feira (19), mas foi interrompido após o general da ativa alegar que estava passando mal.
Ao ser retomado nesta quinta-feira (20), o senador Alessandro Vieira comparou Pazuello com o alemão Adolf Eichmann, militar nazista preso e julgado por Israel em 1963, retratado no livro "Eichmann em Jerusalém", da filósofa Hannah Arendt.
Ao ser preso, acusado da morte de 400.000 judeus húngaros, Eichmann se mostrou alguém incapaz de reconhecer seus atos e erros, se considerando apenas uma pessoa que seguia ordens.
Pazuello também foi questionado a respeito da desistência da compra da CoronaVac por parte do governo federal. O general não soube dizer porque as redes oficiais do Ministério da Saúde apagaram uma publicação que indicava a compra do imunizante após Jair Bolsonaro reagir dizendo que não compraria a vacina do Butantan.
Outro ponto chave no depoimento do ex-ministro foi quando ele tentou explicar a origem do aplicativo Tratecov, que recomendava cloroquina como forma de tratar a COVID-19.
Neste momento do depoimento do ex-ministro da Saúde, o senador Rogério Carvalho (PT) disse que se o presidente Jair Bolsonaro não foi o responsável por ações como a promoção de remédios com ineficácia comprovada e discursos antivacina, o general será considerado culpado.
O senador ainda pediu para que o depoimento de Pazuello seja enviado ao Ministério Público (MP), baseado no fato de que é ilegal mentir na CPI.