Um especialista em alpinismo e líder de uma expedição no monte Everest disse, em entrevista à Associated Press, que um surto de COVID-19 na região já infectou ao menos 100 pessoas.
Segundo Lukas Furtenbach, a estimativa é feita com base em relatos de pilotos de resgate, seguradoras, médicos e líderes de expedições, entre outros.
Apenas nesta sexta-feira (21), as autoridades locais registraram 8.607 novos casos da doença, com 177 mortes. Nos últimos sete dias, o Nepal registrou 29 diagnósticos de COVID-19 por 100 mil habitantes, mais que os 21 por 100 mil da Índia.
A situação é crítica, ainda mais levando em conta que o Nepal tem menos de um médico por mil pessoas e um leito para cada três mil. Os hospitais estão sobrecarregados, assim como os necrotérios e crematórios.
O Everest, cujo campo base fica a 5.364 metros de altura, não é uma exceção à crise. Os sherpas (grupo que auxilia escaladores na montanha) emitem regras de distanciamento social. Além disso, decidiram acampar em seus próprios campos, evitando o contato.
No fim de abril, um alpinista norueguês foi o primeiro a testar positivo no campo base, de onde foi removido de helicóptero para receber tratamento em Katmandu. Na semana passada, diante da escalada, a China cancelou a subida pelo seu lado da fronteira.