Nesta segunda-feira (24), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, comunicou através do seu Twitter que Washington está, a partir de hoje, definindo medidas para impor restrições de vistos para quem está ajudando a persistir o conflito na Etiópia.
We have repeatedly voiced our grave concerns over continued human rights violations and abuses in the Tigray region of Ethiopia. Starting today, we are taking steps to impose visa restrictions on those we believe to be responsible for perpetrating the conflict.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) May 23, 2021
Temos repetidamente expressado nossas graves preocupações sobre as contínuas violações e abusos dos direitos humanos na região de Tigré, na Etiópia. A partir de hoje, estamos tomando medidas para impor restrições de visto àqueles que acreditamos serem responsáveis por perpetrar o conflito.
O governo norte-americano também vai aplicar sanções econômicas abrangentes ao país pelos supostos abusos dos direitos humanos durante o conflito na região, segundo a Bloomberg.
As sanções afetarão principalmente o financiamento para apoiar o orçamento da Etiópia e incluirão um pedido para que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) retenham o financiamento, disseram pessoas familiarizadas com o assunto no sábado (22), de acordo com a mídia.
"[…] Os EUA têm preocupações cada vez maiores sobre a crise em curso na região de Tigré na Etiópia […]. Apesar do envolvimento diplomático significativo, as partes no conflito não tomaram medidas significativas para encerrar as hostilidades ou buscar uma solução pacífica para a crise política", disse o secretário de Estado em um comunicado citado pela Bloomberg.
A restrição de vistos para oficiais do governo e militares da Etiópia também será estendida a pessoas do seu país vizinho, a Eritreia, que apoia com tropas o governo etíope.
Em novembro de 2020, milhares de habitantes foram mortos e cerca de dois milhões de pessoas foram forçadas a deixarem suas casas em Tigré depois que eclodiu o conflito entre a Frente Popular para a Libertação de Tigré (TPLF, na sigla em inglês) e os militares etíopes. Para ajudar os militares no combate, tropas da região vizinha, Amhara, e da Eritreia entraram na guerra para apoiar o governo.
De acordo com a Reuters, Redwan Hussein, chefe da Força-Tarefa do Governo Etíope em Tigré, disse que o governo emitirá um comunicado em breve sobre a decisão dos Estados Unidos. O ministro da Informação da Eritreia, Yemane Gebremeskel, não retornou ligações e mensagens pedindo comentários por parte da mídia.
A Etiópia, liderada pelo primeiro-ministro Abiy Ahmed, é o maior destinatário da ajuda externa dos EUA na África, e recebeu cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) no ano passado do país norte-americano.