Ex-líder de Mianmar aparece em 1ª audiência desde o poder ser derrubado por militares

© REUTERS / Franck RobichonAung San Suu Kyi, conselheira estatal de Myanmar, participa de coletiva de imprensa em Tóquio, Japão, 9 de outubro de 2018
Aung San Suu Kyi, conselheira estatal de Myanmar, participa de coletiva de imprensa em Tóquio, Japão, 9 de outubro de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 24.05.2021
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Um advogado de Aung San Suu Kyi, cujo governo foi derrubado por militares em fevereiro de 2021, contou à agência britânica Reuters que sua cliente está bem de saúde, apesar de lhe faltar informação.

Aung San Suu Kyi, ex-líder de Mianmar (2016-2021), compareceu na segunda-feira (24) a uma audiência, sua primeira desde o golpe militar de fevereiro, relatou seu advogado à agência britânica Reuters.

Segundo o representante da ex-conselheira de Estado mianmarense, Suu Kyi estava bem de saúde, e realizou uma reunião cara a cara com sua equipe jurídica por cerca de 30 minutos antes do processo. Min Aung Hlaing, líder militar, confirmou em declarações à mídia o bom estado de saúde de Suu Kyi.

No entanto, Aung San Suu Kyi disse que não tinha acesso a jornais, e apenas sabia parcialmente do que estava ocorrendo ao seu redor.

Após esta sessão de reunião de réus com seus advogados, que também incluíam o ex-presidente Win Myint, o processo de julgamento em questão foi adiado para 7 de junho, referiu o advogado.

Em 1º de fevereiro, o governo de Aung San Suu Kyi foi derrubado por um golpe militar, cujos representantes afirmam que as eleições que ela venceu oficialmente em 2020 foram burladas. Os militares planejam agora dissolver o partido Liga Nacional para a Democracia da ex-líder mianmarense por suposta fraude.

"Nosso partido cresceu do povo, para que ele exista enquanto o povo o apoiar", comentou Suu Kyi, citada por Zaw.

A própria ex-conselheira enfrenta acusações que vão desde posse ilegal de equipamentos de rádio até a violação de segredos estatais, algo que é punível com 14 anos de prisão.

Muitos países ocidentais têm imposto sanções ao governo militar, considerando ilegítima sua tomada de poder.

O país tem enfrentado uma onda de protestos e repressões violentos desde então, com pelo menos 774 civis mortos e mais de quatro mil pessoas detidas desde fevereiro em meio à crise política. Min Aung Hlaing disse na quinta-feira (20) que o verdadeiro número de mortes nos tumultos foi cerca de 300, e que 47 policiais foram mortos.

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