Em declarações a jornalistas, um representante do conselho militar atualmente no poder afirmou que o presidente interino Bah Ndaw e o premiê Moctar Ouane deverão ser soltos "em algum tempo, devido a questões de segurança".
Nesta quarta-feira (26), a junta militar liderada pelo vice-presidente em exercício, coronel Assimi Goita, que liderou o golpe de agosto de 2020 que derrubou o presidente democraticamente eleito Ibrahim Boubacar Keita, supostamente fechou as fronteiras nacionais aéreas e terrestres e instituiu um toque de recolher no país.
Na última segunda-feira (24), membros do exército detiveram o primeiro-ministro, o presidente interino e o ministro da Defesa, Souleymane Doucouré, que havia sido nomeado apenas algumas horas antes, e os levaram para a base militar de Kati, fora da capital Bamako. Goita disse que Ouane e Ndaw tentaram "sabotar a transição" com uma remodelação do gabinete que removeu duas figuras importantes do golpe do controle dos ministérios de Defesa e Segurança.
Conforme informou o assessor do vice-presidente do Mali, Assimi Goita, "estão em andamento negociações sobre sua liberação e formação do novo governo" https://t.co/QR3p8sbqdm
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) May 26, 2021
Ndaw foi escolhido para formar um governo civil em setembro de 2020, em meio à pressão internacional sobre a junta para retornar a uma forma democrática de governo. Ex-coronel e ministro da Defesa de Keita na época do golpe, Ndaw escolheu Oaune, um antigo diplomata, como primeiro-ministro, e os dois lideraram um governo fortemente composto por militares sob os auspícios de uma Carta de Transição destinada a novas eleições dentro de 18 meses.