No dia 25 de maio, se tornou pública no Registro Federal dos EUA uma nota assinada pelo secretário de Estado, Antony Blinken, datada do dia 14, na qual certifica que Cuba, Irã, República Popular Democrática da Coreia [Coreia do Norte], Síria e Venezuela "não estão cooperando plenamente com os esforços antiterroristas dos EUA".
O anúncio do secretário de Estado norte-americano foi feito "em conformidade com a seção 40-A da Lei de Controle de Exportação de Armas [22 USC 2781] e com a Ordem Executiva 13637".
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, por sua vez, reagiu ao anúncio de Blinken acusando o governo dos EUA de agir "com cinismo" ao manter Cuba na lista de países que não cooperam na luta contra o terrorismo.
Actúa con cinismo el Gobierno de EEUU al mantener a #Cuba en lista de países que no cooperan en la lucha contra el terrorismo. El imperio se empeña en asfixiar al pueblo cubano al mantener las 243 medidas de bloqueo impuestas por Trump. Aquí no se rinde nadie #NoMásBloqueo pic.twitter.com/U61JGELmyK
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) May 26, 2021
O governo dos EUA atua com cinismo ao manter Cuba na lista dos países que não cooperam na luta contra o terrorismo. O império [EUA] se empenha em asfixiar o povo cubano ao manter as 243 medidas de bloqueio impostas por Trump. Aqui ninguém se renderá, sem mais bloqueio.
Além do presidente, o representante permanente de Cuba nas Nações Unidas, Pedro Luis Pedroso, também questionou o caráter político das listas de sanções estabelecidas por Washington.
"Os atos e mecanismos unilaterais de alguns governos, como o dos EUA, que reivindicam o direito de fazer listas com motivações políticas, contrariando o direito internacional, solapam a autoridade da AGNU [Assembleia Geral da ONU] na luta contra o terrorismo e os esforços cooperativos multilaterais a respeito", escreveu Pedroso no Twitter.
Em 11 de janeiro, há poucos dias de concluir seu mandato, o ex-presidente Donald Trump incluiu Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo.
As principais consequências do bloqueio que os EUA impõem a Cuba há quase 60 anos recaem sobre as mulheres e a família cubana, disse à Sputnik a diretora da Oxfam na ilha, Elena Gentili, após apresentar o relatório: "Direito a viver sem bloqueio" https://t.co/Pr06WnYnFY
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) May 25, 2021
Outra autoridade que se manifestou sobre o assunto foi a subdiretora-geral para as relações com os EUA da chancelaria cubana, Johana Tablada. A funcionária condenou a atitude de Washington em relação à ilha em temas de cooperação na luta antiterrorista.
"Essa decisão diz mais sobre o governo dos EUA do que o de Cuba, um país cujo desempenho na luta e na cooperação contra o terrorismo é exemplar. Os EUA sabem disso melhor do que ninguém. A decisão de ontem [25] não é uma decisão qualquer. O governo de [Joe] Biden assume uma das maiores e mais danosas mentiras de todo o mandato de Trump", escreveu Tablada nas redes sociais.
Durante os quatro anos de mandato de Trump, o governo norte-americano recrudesceu o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra a ilha, com a imposição de mais de 240 sanções, 55 delas durante o período da pandemia de COVID-19.
Durante a campanha presidencial, o atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, prometeu restaurar as políticas estabelecidas pelo ex-presidente Barack Obama em relação a Cuba e retomar o caminho do entendimento bilateral.