Na quarta-feira (26), Taiwan acusou diretamente a China de bloquear um acordo para compra de vacinas contra a COVID-19 da Pfizer/BioNTech, mas hoje (27), o governo taiwanês divulgou que todo o imbróglio começou quando a BioNTech pediu a Taipé que removesse a palavra "país" de seu anúncio conjunto sobre a venda da vacina para a ilha, segundo a Reuters.
O ministro da Saúde de Taiwan, Chen Shih-chung, disse que o governo assinou e devolveu um "contrato final" acordado com a BioNTech após meses de negociações, e que os dois lados estavam prestes a publicá-lo no dia 8 de janeiro.
Porém, quatro horas após o envio do contrato, "a BioNTech subitamente enviou uma carta, dizendo que nos recomendava fortemente mudar a palavra 'nosso país' na versão chinesa do comunicado à imprensa", disse Chen citado pela mídia.
Para adquirir as vacinas, o governo então concordou em ajustar a redação para "Taiwan" no mesmo dia. No entanto, uma semana depois, Taipé foi informada pela BioNTech que a conclusão do negócio seria adiada devido a uma "reavaliação do fornecimento global de vacinas e prazos ajustados".
"Está claro para mim que o contrato foi finalizado. Não há problema dentro do contrato. O problema era algo fora do contrato", disse o ministro.
A declaração de Chen aponta para suposta interferência chinesa no processo, que na frase do ministro está caracterizada como "o problema era algo de fora do contrato". China e Taiwan se encontram em uma guerra de palavras crescente depois que Pequim ofereceu separadamente vacinas à ilha, mas Taipé não aceitou, e preferiu negociar com a BioNTech.
Na visão de Taiwan, a China não está sendo sincera ao oferecer as vacinas, e pensa que Pequim está lançando uma "guerra política".
Mas não só na área da saúde consiste o conflito entre as duas regiões, no campo militar, as tensões também estão elevadas.
Após Taiwan enviar quatro caças F-16 na terça-feira (25) para exercícios conjuntos com os EUA, a China pediu, na quarta-feira (26), que a ilha parasse o confronto militar com Pequim.