Enquanto a OMS tem sido convocada para liberar a realização de eventos como os Jogos Olímpicos e a Eurocopa, o órgão afirmou nessa quarta-feira (2) que não foi consultado pelo governo brasileiro ou pelo presidente, Jair Bolsonaro, para Copa América, relata o portal UOL.
Em um e-mail enviado à mídia, a agência indicou que "a OMS não esteve envolvida em qualquer intercâmbio ou conversa com as autoridades relativamente a este torneio".
Na segunda-feira (31), em uma coletiva de imprensa, o diretor de operações da OMS, Mike Ryan, fez um alerta sobre situação crítica da pandemia na América do Sul, dizendo que "existem desafios reais", já que dos dez países do mundo com maior taxa de mortes por habitantes, quatro são sul-americanos.
Porém, ainda assim, a organização citou que a decisão de sediar um evento ou não cabe aos organizadores e aos governos. "A decisão de organizar, adiar, cancelar ou transferir um evento cabe ao país anfitrião e aos organizadores", disse a OMS segundo a mídia.
Na terça-feira (1º), Bolsonaro confirmou a realização da Copa América no Brasil. Segundo o presidente, o torneio seguirá os mesmos protocolos que já vêm sendo adotados nas competições da CBF.
A Argentina sediaria o evento, mas desistiu pela alta de casos do coronavírus. A Colômbia também foi um dos países cotados para receber, mas negou diante dos protestos violentos que acontecem no país desde o começo de abril.
Em abril de 2020, a OMS divulgou uma lista de medidas que deveriam ser consideradas por parte de países e entidades que desejam realizar um evento esportivo.
Alguns tópicos da lista citam medidas como: verificação diária das temperaturas dos participantes, assegurar a disponibilidade de luvas para equipe e voluntários que manuseiam roupa suja, toalhas, etc, fornecimento de toalhas para desinfectar superfícies tocadas em todas as áreas, fornecimento de embalagens individuais de prevenção para atletas contendo termômetro, máscara, higienizador de mãos, lenços descartáveis, e copos de plástico descartáveis, entre várias outras medidas.
Apesar do sim dado pelo governo brasileiro para receber o evento, a repercussão não foi positiva, levando muitos brasileiros e políticos a criticarem a realização do torneio em meio ao elevado índice de contágio da COVID-19 instalado no país.
O Brasil confirmou hoje mais 2.346 mortes e 77.898 novos casos de COVID-19, totalizando 465.312 óbitos e 6.625.572 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.