Nesta sexta-feira (4), o aiatolá Ali Khamenei anunciou em seu discurso na televisão, citado pela Reuters: "Eu disse a nossos negociadores que ações e não promessas [dos seis países-membros do acordo] são precisas para restauração do acordo nuclear".
Ele referiu que não se pode confiar nas palavras e promessas dos estrangeiros, adicionando que a mesma premissa é verdadeira e deve ser aplicada a outras questões importantes do país.
"É fácil falar, e todo mundo faz declarações", afirmou.
A reação do líder supremo do Irã surgiu após uma série de comentários positivos terem sido feitos na sequência da mais recente rodada de negociações em Viena. Na terça-feira (1º), o representante do governo iraniano, Ali Rabiei, confirmou que não houve "nenhum grande obstáculo às negociações sobre a revitalização do JCPOA [Plano de Ação Conjunto Global]" e que um acordo deve ser alcançado antes do final da atual administração da República Islâmica.
Em circunstâncias normais e na ausência de dias feriados na data em questão, a posse do presidente iraniano acontecerá no dia 5 de agosto, coincidindo com o aniversário da emissão do decreto constitucional do país.
Na quarta-feira (2), o alto representante para a Política Externa e de Segurança Comum da UE, Enrique Mora, responsável pela coordenação das negociações indiretas EUA-Irã, disse que o acordo está ao alcance e expressou a esperança que fosse alcançado durante a próxima rodada de negociações.
Assinado pelo Irã em 2015 em conjunto com os EUA, China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e Alemanha, o JCPOA exigia que o Irã reduzisse seu programa nuclear e as reservas de urânio em troca de alívio das sanções.
Todavia, o acordo nuclear começou a se desfazer em 2018, quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, tirou Washington do acordo e impôs novas sanções à República Islâmica. Como resultado, em 2019 o país persa começou a abandonar gradualmente os termos do acordo. As negociações entre EUA e Irã foram retomadas neste ano em Viena.