O presidente Jair Bolsonaro recebeu de médicos defensores da cloroquina a sugestão de criar um "gabinete das sombras" para discutir as vacinas contra a COVID-19. O vídeo divulgado pelo jornal Metrópoles nesta sexta-feira (4) mostra que os participantes tinham ressalvas à aplicação de vacinas.
🚨 Exclusivo! O Ministério Paralelo em ação. Vídeos comprovam aconselhamento feito por médicos a Bolsonaro em pleno Palácio do Planalto. Enquanto emails da Pfizer seguiam sem resposta, grupo levantava desconfiança sobre vacinas e tinha Osmar Terra como "padrinho".
— Metrópoles (de 🏠) (@Metropoles) June 4, 2021
🎥:@SamPancher pic.twitter.com/kxR5tNLlFp
Ocorrida em 8 de setembro, a reunião foi organizada pelo deputado federal e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RJ) e contou com a participação do virologista Paolo Zanotto, que chegou a colocar em dúvida a eficácia e necessidade de imunizantes contra o SARS-CoV-2, da imunologista Nise Yamaguchi, que prestou depoimento à CPI da Covid da semana passada, e o então assessor especial da Presidência, Arthur Weintraub, entre outros.
Na sua intervenção, Bolsonaro afirma que vetou uma lei que estipulava celeridade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na aprovação de fármacos e expressou desconfiança sobre imunizantes já aprovados no exterior.
"Mesmo tendo aprovação científica lá fora, tem umas etapas para serem cumpridas aqui. Você não pode injetar qualquer coisa nas pessoas, muito menos obrigar", disse o presidente.
Bolsonaro também afirma que conversou com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para liberar o envio de insumos da cloroquina ao Brasil em 2020.
"Como eu havia sido a personalidade do ano na Índia, entrei em contato com Modi, primeiro-ministro, ele abriu exceção, mandou, precisávamos de insumo de hidroxicloroquina para cá. Então, nós temos material. Agora, não vamos com toda a certeza mandar para os estados. Temos a preocupação de ficar retidos. Agora para a prefeituras que pedem, pedidos que chegam para nós, a gente manda para a Saúde, eles analisam, e fazem com que chegue em cada município", disse o presidente.
O Brasil confirmou na quinta-feira (3) mais 2.082 mortes e 83.415 casos de COVID-19, totalizando 469.784 óbitos e 16.801.102 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.