Nesta quarta-feira (3), o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma ordem executiva que proíbe entidades norte-americanas de investirem em 59 empresas chinesas com supostos vínculos ao setor de defesa ou tecnologias de vigilância. A lista anterior incluía 31 empresas do país asiático. A proibição entrará em vigor no dia 2 de agosto.
Em entrevista à Sputnik, um especialista em relações internacionais no Leste Asiático, o professor Sergei Luzyanin, comentou as possíveis consequências da medida norte-americana: "Isso, claro, não é uma redução do PIB em 1,5-2%. Mas pela taxa de crescimento, isso poderá levar a uma queda de 0,7-0,8% por trimestre".
Segundo suas palavras, as ações das autoridades americanas podem levar à redução da quantidade de projetos de investimento chineses nos Estados Unidos e também de investimentos americanos no mercado chinês em projetos de alta tecnologia.
"Os riscos macroeconômicos para o mercado chinês certamente vão aumentar", afirmou.
Entretanto, o especialista expressou sua convicção que Pequim não deixará as ações da administração Biden sem resposta.
"As respostas seguirão, certamente, isso é absolutamente óbvio. Primeiramente, a resposta será na forma de restrições com tarifas e sanções no âmbito da guerra comercial iniciada ainda com Trump. Os chineses vão recuperar a perda de lucros no comércio e, sem dúvida, fortalecer o saldo positivo em determinadas áreas e limitar as importações americanas", disse.
Além disso, o especialista notou que a China vais ceder menos no estabelecimento de contratos de investimento com empresas dos EUA e dos países aliados da América.
Reação da China
Durante o briefing nesta sexta-feira (4), o representante do MRE chinês, Wang Wenbin, prometeu que Pequim retaliará após novas sanções de Washington.
"O lado chinês se opõe fortemente a isso. As ações norte-americanas violam as regras e a ordem do mercado, prejudicam os interesses legítimos não apenas das empresas chinesas, mas também dos investidores de todo o mundo, incluindo nos EUA", disse o representante.
Ele instou os EUA a respeitarem regras e princípios de mercado e disse que "o lado chinês tomará as medidas necessárias e protegerá decididamente os interesses legítimos das empresas chinesas".
A lista publicada pelo Departamento do Tesouro dos EUA abrange grandes corporações tais como a Corporação de Ciência e Indústria Aeroespacial da China, a Corporação Nuclear Nacional da China, as divisões da China Mobile em Pequim e Hong Kong, a corporação petrolífera chinesa CNOOC, a empresa Huawei, entre outras.