Seu antecessor, Yossi Cohen, lembrado como um dos melhores chefes do Mossad, deixou seu posto no final de maio e rumores indicam que ele seguirá carreira política no país, potencialmente nas fileiras do Likud de Netanyahu ou criando seu próprio partido. Enquanto Cohen era líder, o serviço secreto israelense invadiu uma instalação iraniana em 2018 e roubou meia tonelada de arquivos nucleares.
Foi também sob sua liderança que Israel obteve milhões de máscaras faciais e kits de teste, bem como outros equipamentos para lidar com a COVID-19. Também foi ele quem desempenhou um papel fundamental nos acordos de normalização de relações entre o Estado judeu e outras nações mulçumanas em 2020.
Amigável, mas feroz
Agora, toda esta responsabilidade será de David Barnea, de 56 anos de idade, que serviu na unidade de elite das Forças de Defesa de Israel (FDI), a Sayeret Matkal, dedicada a missões especiais de reconhecimento.
Em 1996, quando se inscreveu pela primeira vez no Mossad, passou a ser responsável pela coleta de inteligência.
De acordo com relatos, Barnea foi promovido para diferentes cargos dentro da organização, até chegar ao "Tsomet", uma área responsável pelo recrutamento e operações de espionagem. Na época, ele foi elogiado por sua capacidade de agir rapidamente e pensar fora da caixa.
Chefe do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica afirma que Irã apoia a luta dos palestinos contra Israelhttps://t.co/J8rgyj2fs3
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Barnea impressionou Tamir Pardo, líder da organização naquela época, que o transformou no chefe daquele departamento, onde recebeu quatros prêmios, uma conquista que ninguém havia obtido antes.
O novo chefe da organização é conhecido por ser amigável, caloroso e respeitador de todos ao seu redor, além de ser inovador, aberto a mudanças e um homem de ação.
Contudo, quando o assunto é trabalho e segurança de Israel, Barnea é conhecido por ser feroz, inflexível e implacável.
Ameaças a Israel
Barnea terá diversos desafios pela frente. No sul, ele tem estado ocupado com o Hamas, o grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza.
A recente operação realizada na região, após um ataque de foguetes do Hamas contra Israel, debilitou o poder militar do movimento, com Israel destruindo diversas infraestruturas de túneis, depósitos e instalações militares.
O Mossad, juntamente com outras agências de segurança, deverá garantir que o Hamas não se fortaleça novamente.
O embaixador de Israel na ONU disse neste domingo (16) que o Hamas praticou violência deliberada para provocar o atual conflito entre palestinos e israelenses no Oriente Médio https://t.co/eqaQML0Z3X
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Enquanto isso, ao norte, o serviço secreto deverá conter a crescente ameaça do Hezbollah, uma milícia xiita ligada ao Irã.
Ou seja, Barnea conhece bem estes e outros desafios enfrentados pelo país. De acordo com a lei israelense, o novo chefe do Mossad não pode conceder entrevistas ou expressar opiniões.