Ao reunir novas evidências sobre a crise de oxigênio que aconteceu em Manaus em janeiro, a Polícia Federal descobriu que tanto o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, quanto o Exército da Amazônia, haviam sido alertados cinco dias antes pelo governo do estado sobre o colapso e não atenderam ao pedido de socorro, de acordo com a Folha de São Paulo.
De acordo com a mídia, o ofício teria sido enviado a Pazuello e ao comandante militar da Amazônia, general Theophilo Oliveira, no dia 9 de janeiro e assinado pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
No documento, o governador destaca a necessidade de oxigênio diante da alta de infecção pelo vírus da COVID-19 e do aumento dos casos de internação, com "súbito aumento no consumo" do insumo. Além desses alertas, o ofício aponta para a "iminência de esgotamento" e para a "necessidade de resguardar a vida dos pacientes" no estado, segundo a mídia.
No dia 12 de janeiro, novo ofício teria sido enviado a Pazuello, que recebeu novamente aviso de que o consumo havia mais do que triplicado, com outro pedido do governo do estado para serem enviados geradores de oxigênio e microusinas. Segundo a mídia, não houve registro de transporte das solicitações citadas antes do colapso do dia 14.
Em depoimento na CPI da Covid, em 19 de maio, o ex-ministro afirmou que só teve conhecimento da falta de oxigênio na noite do dia 10 de janeiro, em reunião com o governador e o secretário de Saúde do Amazonas.
A mídia conta que tentou entrar em contado com a defesa de Pazuello, mas a mesma afirmou que ele "não está se manifestando sobre o assunto". Exército, Aeronáutica e Ministério da Defesa também não responderam aos questionamentos da Folha.
A existência de novos ofícios, com alertas e pedidos de ajuda detalhados, foi descoberta no curso das investigações da PF, em inquérito aberto por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma cópia do inquérito foi enviada à CPI da Covid, segundo a mídia.