Emmanuel Macron, presidente da França, anunciou nesta quinta-feira (10) uma revisão das operações militares francesas na região de Sahel, África, dizendo que a força presente na área não existiria mais em sua forma atual, relata a agência britânica Reuters.
"Chegou a hora: a continuação de nosso compromisso no Sahel não será da mesma forma", disse Macron em uma coletiva de imprensa, pedindo uma "transformação profunda" e uma nova "aliança internacional que reúna os Estados da região", e criticando a colaboração de países do Sahel com os militantes, que estariam ligados à Al-Qaeda e o Daesh (organizações terroristas, proibidas na Rússia e em vários outros países).
Segundo o presidente francês, os detalhes das mudanças seriam finalizados até o fim de junho após consultas com os EUA, países europeus envolvidos no conflito na região, bem como cinco países do Sahel: Mali, Níger, Chade, Burkina Faso e Mauritânia.
No entanto, Macron revelou que centenas de efetivos das forças especiais francesas trabalhariam com exércitos europeus, do Mali e do Níger, contra os militantes.
Nos últimos dias, Assimi Goita, coronel de Mali, derrubou o presidente do país, o segundo a sofrer o destino em nove meses, um passo que o presidente da França descreveu como um "golpe dentro de um golpe", tendo suspendido temporariamente operações conjuntas com o país africano na última quinta-feira (3).
As forças da França em Sahel reúnem atualmente cerca de 5.100 soldados, compondo a grande maioria das forças antimilitantes na região, sendo que a Suécia, República Tcheca, Reino Unido, Dinamarca e Estônia também oferecem apoio direto no conflito.