O mistério da aurora boreal, geralmente vista como uma cortina ondulante de luzes em altas latitudes da Terra, foi finalmente resolvido, segundo um grupo de físicos da Universidade de Iowa, EUA.
Os pesquisadores afirmam ter provado que as "auroras mais brilhantes são produzidas por poderosas ondas eletromagnéticas durante tempestades geomagnéticas". O estudo, que foi publicado na revista científica Nature Communications, mostra que as ondas Alfven aceleram os elétrons em direção à Terra, fazendo com que as partículas em movimento produzam espetáculos de luz de tirar o fôlego.
"As medições revelaram que esta pequena população de elétrons sofre 'aceleração ressonante' pelo campo elétrico da onda Alfven, semelhante a um surfista capturando uma onda e sendo continuamente acelerado à medida que o surfista se move junto com a onda", explicou Greg Howes, professor associado do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Iowa e coautor do estudo.
Para provar seu argumento, a equipe de cientistas simulou a aurora boreal em um laboratório no Grande Dispositivo de Plasma (LPD, na sigla em inglês) nas Instalações Básicas de Ciência de Plasma da Universidade de Califórnia, Los Angeles, EUA. Uma câmara de 20 metros de comprimento foi usada para recriar o campo magnético da Terra, utilizando bobinas de campo magnético no LPD da universidade.
A equipe foi capaz de gerar dentro da própria câmara um plasma semelhante ao encontrado no espaço próximo à Terra.
"[...] Lançamos as ondas Alfven para baixo da máquina, da mesma forma que sacudimos uma mangueira de jardim para cima e para baixo rapidamente, e vendo a onda viajar ao longo da mangueira", disse Howes.
Craig Kletzing, coautor do estudo, acrescentou:
"Estas experiências nos permitem fazer as principais medições que mostram que as medições do espaço e a teoria explicam, de fato, uma maneira importante de criar a aurora."
Patrick Koehn, cientista da Divisão de Heliofísica da agência espacial norte-americana NASA, saudou o estudo como potencialmente útil para pesquisas futuras.
"Ele nos ajuda a entender melhor o clima espacial! O mecanismo de aceleração dos elétrons verificado por este projeto está em funcionamento em outro lugar no Sistema Solar, portanto, ele encontrará muitas aplicações na física espacial", afirmou, citado na segunda-feira (7) pela emissora CNN.
A teoria de que os elétrons que "surfam" no campo elétrico causaram o fenômeno "luzes do norte" foi proposta pela primeira vez em 1946 pelo físico soviético, Lev Landau, sendo agora validada.