O rebocador espacial russo Zeus, atualmente em construção, será enviado em uma missão para procurar vida no espaço profundo quando concluído, disse Dmitry Rogozin, diretor-geral da agência espacial estatal russa Roscosmos, nesta terça-feira (15).
O equipamento possui um reator nuclear definido para ser usado em missões a planetas remotos do Sistema Solar e além. Está em desenvolvimento desde 2010 e é esperado que faça seu primeiro voo espacial em 2030.
"Missões que serão enviadas a Marte, Vênus e, no futuro, após o desenvolvimento das capacidades termonucleares, além do sistema solar, a tarefa mais importante será descobrir e entender se estamos sozinhos no espaço ou se existe outra vida", contou Rogozin na Conferência Global de Exploração Espacial, a GLEX-2021.
O chefe da Roscosmos considerou a busca por vida extraterrestre e o monitoramento de ameaças espaciais à Terra as tarefas mais importantes da cosmonáutica mundial.
"Hoje, garantimos o desenvolvimento de programas de monitoramento espacial, e isso é de importância prática para evitar colisões perigosas no espaço. Mas há outra tarefa ainda mais importante - como proteger nosso planeta de colisões indesejadas com corpos espaciais que pode destruir a civilização", disse Rogozin, observando que até agora não existe tecnologia capaz de desviar a trajetória de objetos espaciais que se aproximam da Terra.
O responsável pela agência destacou ainda a importância da cooperação internacional no espaço, chamando-a de "a forma mais elevada de política e ética" nas relações entre as nações.
A GLEX é um evento anual que reúne representantes de círculos científicos, governos e indústrias desde 2012. A edição deste ano começou na segunda-feira (14) em São Petersburgo e vai terminar dia 18 de junho.