A CPI da Covid viveu bate-bocas e fortes trocas de farpas nesta quarta-feira (16) durante o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que após discutir com senador Flávio Bolsonaro (Patriotas), deixou a sessão e não terminou depoimento, segundo o G1.
CPI da Covid
— O Tempo (@otempo) June 16, 2021
Wilson Witzel e Flávio Bolsonaro batem boca na CPI: "se o senhor fosse mais educado e menos mimado..." pic.twitter.com/f7pGspU7cu
Tudo começou quando Witzel afirmou que o governo federal e o Ministério Público perseguiram governadores, em seguida, Flávio Bolsonaro interrompeu o ex-governador e disse que tal afirmação era "muito grave".
Logo depois, o advogado de Witzel pediu para que fossem retiradas "pessoas proibidas" da sessão, enquanto Flávio respondeu "não tenha medo doutor". Diante dessa fala, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues e o relator da CPI, Renan Calheiros, disseram que havia uma "intimidação" por parte de Flávio.
Calheiros perguntou a Witzel se ele se sentia inibido com a presença de Flávio Bolsonaro, e o governador respondeu que não.
"Eu quero só dizer que eu não tenho nenhum problema em estar na presença aqui do senador Flávio Bolsonaro, eu o conheço desde garoto. Um garoto que conheço, a sua família, a sua mãe [....] conheço seu pai de longa data. A minha questão aqui não é pessoal, a minha questão é institucional em defesa da democracia", disse Witzel.
Em seguida, Flávio ironizou a fala do ex-governador dizendo "que lindo discurso". Witzel respondeu logo após: "Se o senhor fosse um pouquinho mais educado e menos mimado o senhor teria respeito com o que estou falando. O senhor me respeite".
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Após quatro horas de depoimento, Witzel resolveu deixar a sessão sem concluir o depoimento.
Declarações do ex-governador
Ao longo dessas quatro horas, Witzel fez algumas declarações polêmicas sobre a coordenação do governo federal diante da pandemia, dizendo que prefeitos e governadores ficaram "desamparados" durante a pandemia, segundo o UOL.
"Os governadores, prefeitos de grandes capitais e de pequenas cidades, ficaram totalmente desamparados do apoio do governo federal. É uma realidade inequívoca que está documentada em várias cartas que nós encaminhamos ao presidente."
O ex-governador também culpou o presidente, Jair Bolsonaro, de ter deixado governadores "à mercê" diante da "desgraça que viria" e responsabilizou o presidente pelas mortes de COVID-19 no país.
"O presidente deixou os governadores à mercê da desgraça que viria. O único responsável pelos [mais de] 400 mil mortes que tem aí tem nome, endereço e tem que ser responsabilizado", disse Witzel.