Cientistas da Rússia e dos EUA estão discutindo se devem remover o baço de cosmonautas antes de voos de longa distância, para poder reduzir o envenenamento por radiação, revelou Oleg Orlov, diretor do Instituto para Problemas Médicos e Biológicos (IMBP, na sigla em russo) da Academia de Ciências da Rússia, à Sputnik.
O baço no corpo humano é responsável pela formação do sangue, imunidade e fornecimento de sangue.
"Os colegas norte-americanos nos fizeram uma pergunta [que] discutimos dentro do grupo de trabalho: em termos de radiação, vamos remover o baço antes de voos de longa distância, a fim de reduzir a possibilidade de danos? Eis a questão", disse ele na Conferência Internacional GLEX-2021 sobre Exploração Espacial.
Em dezembro de 2019, Vyacheslav Shurshakov, o diretor do Departamento de Segurança de Radiação Espacial Tripulada do IMBP, relatou à Sputnik que a radiação é uma grande barreira para uma missão tripulada a Marte.
"A humanidade vive na Terra, e está indefesa contra partículas pesadas carregadas. É necessário modificar de alguma forma um cosmonauta para voos interplanetários", explicou, razão pela qual as pessoas apenas poderiam voar para o Planeta Vermelho "uma vez na vida".
Por causa disso, os cientistas sugeriram que os cosmonautas podem receber o tratamento de ciborgue antes que sejam enviados para lá. Anteriormente, para o voo, seria necessário substituir as lentes nos olhos por lentes artificiais, ou realizar pré-tratamento da área cerebral, pois a exposição à radiação galáctica poderia levar à doença de Alzheimer.
Elon Musk, fundador da empresa de voo espacial SpaceX, afirmou previamente que era possível e desejável aterrissar humanos em Marte até 2026, mas não se debruçou sobre o problema da radiação.