O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que os países ocidentais são responsáveis pela deterioração da situação humanitária na Síria, exortando-os a reconhecer as suas responsabilidades, reporta a agências de notícias sírias SANA.
"Se o conjunto desses fatores for reconhecido como impactando a situação humanitária na Síria, estamos prontos para discutir isso como um todo. Mas nossos parceiros ocidentais devem recusar categoricamente interpretações unilaterais desses ou daqueles problemas e reconhecer suas responsabilidades pela situação geral na esfera humanitária da Síria", enfatizou o chanceler durante entrevista coletiva com a secretária-geral da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Helga Schmid, nesta segunda-feira (21).
Lavrov enfatizou a necessidade de envolver o governo sírio no processo de entrega de ajuda e reiterou que a Síria está pronta para isso, mas infelizmente "nossos parceiros nas Nações Unidas e outros até agora não conseguiram coordenar esta postura clara e legítima".
Sanções norte-americanas
O ministro russo destacou que a situação humanitária na Síria é agravada pelas sanções dos EUA e pela ocupação ilegal da margem leste do rio Eufrates pelas forças americanas.
"Eles [EUA] estão saqueando hidrocarbonetos e outros recursos minerais e usam o dinheiro que ganham com isso para financiar projetos que são vistos por muitos como encorajadores do separatismo e provocando a dissolução do Estado sírio", disse Lavrov.
Por fim, o chanceler criticou a política dos EUA e da União Europeia em relação aos refugiados sírios, salientando que essas potências procuram impedir o regresso das pessoas a Damasco, mantendo-as em campos de refugiados no Líbano e na Jordânia.
"Toda a assistência que o Ocidente está angariando, e está fazendo isso sem a participação de Damasco em violação das regras da ONU, nunca é usada para ajudar os refugiados a voltarem para casa, para garantir condições e serviços elementares para eles: educação, energia e abastecimento de água. [Essa assistência] vai para campos de refugiados na Jordânia, Turquia e Líbano e obviamente visa fazer com que os refugiados permaneçam lá o maior tempo possível", finalizou.