Os restos fossilizados deste antepassado dos rinocerontes atuais foram desenterrados em maio de 2015 em um "cemitério" de animais pré-históricos descoberto na bacia de Linxia, na região central da China.
Segundo os autores do estudo, o Paraceratherium linxiaense seria o membro mais recente da família dos paraceraterios, um grupo de grandes rinocerontes sem chifres que viveram desde a Ásia até o Leste da Europa durante os períodos Eoceno e Oligoceno.
Através dos fósseis descobertos – que incluem um crânio completo, uma mandíbula e três vértebras – os pesquisadores determinaram que o Paraceratherium linxiaense foi o membro de maiores dimensões dessa família de rinocerontes, chegando a medir quase cinco metros de altura, oito de comprimento e pesar cerca de 24 toneladas. Este animal era herbívoro e possuía um crânio delgado, um dorso curto e um pescoço anormalmente comprido e musculado.
Tao Deng, paleontólogo de mamíferos do Instituto de Paleontologia de Vertebrados da China e autor principal do estudo, explicou que o crânio e as patas desta espécie são os maiores que já observou em qualquer mamífero terrestre registrado.
Os primeiros fósseis de paraceratérios foram encontrados no Paquistão no início do século XX e pertenciam à espécie Paraceratherium bugtiense, estreitamente relacionada com a espécie recentemente descoberta e descrita no estudo.
Durante vários anos, os cientistas se questionaram sobre como este grupo de animais conseguiu chegar ao subcontinente indiano. Uma das teorias sugeria que eles conseguiram atravessar os montes Urais, mas a nova pesquisa sugere que estes rinocerontes pré-históricos teriam chegado aí através do atual planalto do Tibete. As evidências fósseis e geológicas indicam que, nessa era, a região mencionada não seria tão elevada como nos dias de hoje, mas antes uma zona repleta de bosques úmidos, o que teria possibilitado a deslocação destes animais gigantes.