Nicholas Carter, chefe do Estado-maior do Reino Unido, crê, citado pelo jornal The Telegraph, que o caso do destróier Defender no mar Negro poderia ter resultado em um risco de "escalada injustificada" em direção a uma "guerra em larga escala".
Segundo ele, o risco de uma "escalada injustificada" envolvendo o Reino Unido é "a coisa que me mantém acordado na cama à noite".
Carter diz que um eventual erro de cálculo em um "jogo de gato e rato" com a Rússia poderia levar a uma "guerra em grande escala".
O Ministério da Defesa da Rússia disse na quarta-feira (23) que o destróier britânico Defender atravessou a fronteira russa perto do cabo Fiolent, pertencente à Crimeia. Um navio da Guarda Costeira russa disparou um tiro de advertência, após repetidos avisos, e uma aeronave Su-24M realizou um "bombardeio de advertência" ao longo do percurso do navio do Reino Unido.
O Ministério da Defesa e a chancelaria do Reino Unido afirmam que não houve disparos de advertência e que o navio estava em águas territoriais da Ucrânia, e não da Rússia. O Ministério da Defesa britânico insistiu que o navio estava fazendo uma passagem pacífica pelas águas territoriais da Ucrânia, de acordo com as leis internacionais. Além disso, segundo o Ministério da Defesa britânico, a Rússia estava realizando tiros de treino no mar Negro e tinha avisado a "comunidade marítima" sobre suas ações com antecedência.
No entanto, segundo um jornalista da emissora BBC que estava a bordo do navio britânico, houve "muitos avisos hostis pela rádio" e a passagem do Defender era um sinal à Rússia.