MRE russo só pode considerar decisões da UE como sua disposição para agravamento das relações

© Sputnik / Anton Denisov / Acessar o banco de imagensEm Moscou, capital da Rússia, carros passam em frente à sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em 15 de abril de 2021
Em Moscou, capital da Rússia, carros passam em frente à sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em 15 de abril de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 25.06.2021
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Posicionamento da UE quanto ao diálogo com Moscou é em grande medida inconsistente e incompreensível em certos pontos, enquanto a posição do presidente Vladimir Putin é bem clara e coerente, disse o porta-voz presidencial russo.

Em 24 de junho, os líderes da União Europeia sugeriram à Comissão Europeia, no final do primeiro dia da cúpula da UE, apresentar propostas de medidas, incluindo sanções, em resposta a possíveis "ações hostis, ilegais e subversivas da Rússia", de acordo com o documento final do primeiro dia da cúpula.

"A posição do presidente [Vladimir] Putin é extremamente clara e coerente. A posição dos europeus, ela é múltipla, não é totalmente consistente, por vezes é incompreensível e, claro, talvez os europeus ainda tenham de percorrer um determinado caminho até a formulação final dessa posição", comentou Dmitry Peskov aos jornalistas sobre as perspectivas de diálogo.

Ele também notou que em relação ao restabelecimento do diálogo "no ideal, isso deve ser um movimento convergente, aqui tem de haver vontade política de ambos os lados".

Ideia da cúpula Rússia–UE falha devido a princípios de 'resistência, constrangimento, cooperação'

Por sua vez, o vice-chanceler russo, Aleksandr Grushko, disse que não é possível qualificar as decisões da União Europeia senão como a disposição da UE para mais confronto.

"Vou relembrar que no próprio discurso de [Josep] Borrell foi referido que é mais provável esperar a deterioração das relações com a Rússia, a qual, junto com a nova indicação para definir sanções adicionais, não pode ser percebida senão como uma disposição de toda a UE para a continuação do agravamento das relações com nosso país", disse.

De acordo com ele, a ideia de organização da cúpula Rússia–UE falhou devido aos princípios de "resistência, constrangimento, cooperação" em relação ao Estado russo.

© Foto / Twitter / Charles MichelRepresentantes da UE se encontram em Bruxelas para Cúpula, em 24 de junho de 2021
MRE russo só pode considerar decisões da UE como sua disposição para agravamento das relações - Sputnik Brasil, 1920, 25.06.2021
Representantes da UE se encontram em Bruxelas para Cúpula, em 24 de junho de 2021

"Como nós calculávamos, a ideia do recomeço da prática da cúpula ou, pelo menos, a organização de uma única cúpula para começar, afundou através desse 'triângulo das Bermudas', o qual foi formulado por Borrell, nomeadamente os princípios que os devem orientar relativamente à Rússia: resistência, constrangimento, cooperação", adicionou.

O diplomata ressaltou que a União Europeia ficou refém de uma minoria agressiva e das decisões tomadas anteriormente. Ao responder à questão sobre o posicionamento russo, ele notou que para haver diálogo são precisos dois, mas parece que a UE prefere o monólogo.

As relações entre a Rússia e os países do Ocidente se deterioraram devido à situação na Ucrânia e em torno da Crimeia, que se reunificou com o país em resultado de um referendo conduzido na península. O Ocidente acusou a Rússia de interferência e impôs sanções. Moscou, por sua vez, tomou o rumo da substituição de importações, afirmando repetidamente que falar com ela na linguagem das sanções é contraprodutivo. Além disso, a Rússia declarou por muitas vezes que não é parte do conflito na Ucrânia e não está sujeita a decisões dos acordos de Minsk sobre a regulação do conflito.

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